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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu o Canadá neste sábado que o país "ficará fora" de uma versão revisada do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), a menos que o acordo seja "justo" para os Estados Unidos, e ameaçou desfazer o tratado atual se o Congresso "interferir" nas negociações. "Não há necessidade política de manter o Canadá no novo acordo Nafta", disse Trump, em uma de uma série de mensagens no Twitter enquanto visitava seu clube de golfe na Virgínia.

Não está claro se o governo Trump tem autoridade para fechar um acordo com apenas o México e excluir o Canadá. Além disso, o Congresso deve aprovar qualquer reescrita do Nafta, assinado durante o mandato do presidente Bill Clinton, e pode se recusar a endossar um acordo que deixa o Canadá, aliado de longa data, à margem. 

As negociações para manter o Canadá no bloco comercial serão retomadas nesta semana, com Washington e Ottawa tentando romper um impasse sobre questões como as do mercado lácteo canadense e dos esforços dos EUA para proteger as empresas farmacêuticas da concorrência. 

Trump notificou o Congresso na sexta-feira de que planeja assinar um acordo em 90 dias com o México para substituir o Nafta e espera que o Canadá também possa participar. O Congresso teria que aprovar qualquer acordo. 

"Se nós não fizermos um acordo justo para os EUA após décadas de abuso, o Canadá ficará fora", escreveu Trump. "O Congresso não deve interferir nessas negociações ou eu simplesmente encerrarei o Nafta inteiramente e nós estaremos muito melhor..." 

Críticas e dificuldades

Segundo Trump, o Nafta foi "um dos piores acordos comerciais já realizados". "Os EUA perderam milhares de empresas e milhões de empregos. Estávamos muito melhor antes do Nafta - ele nunca deveria ter sido assinado", disse o presidente dos EUA. "Ou fazemos novo acordo ou voltamos ao pré-Nafta!" 

Um acordo entre EUA e México selado na segunda-feira excluiu o Canadá. A principal enviada de comércio do Canadá, a ministra de Relações Exteriores Chrystia Freeland, foi para Washington para conversas que visam preservar a participação do Canadá no acordo de comércio regional. Mas Freeland não conseguiu romper um impasse em quatro dias de negociações com o representante comercial dos EUA, embaixador Robert Lighthizer. Negociadores norte-americanos e canadenses retornarão às discussões na quarta-feira. 

As conversas foram cercadas de pessimismo na sexta-feira após notícias de que Trump disse à Bloomberg News que não está disposto a fazer concessões ao Canadá. Freeland tentou evitar a controvérsia. "Minha contraparte negociadora é o embaixador Lighthizer", disse ela. "Ele trouxe boa fé e boa vontade para a mesa."

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