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Michael van der Veen, advogado do ex-presidente americano Donald Trump, caminha para o plenário do Senado no quarto dia de julgamento do impeachment do republicano, em Washington, 12 de fevereiro
Michael van der Veen, advogado do ex-presidente americano Donald Trump, caminha para o plenário do Senado no quarto dia de julgamento do impeachment do republicano, em Washington, 12 de fevereiro| Foto: Jabin Botsford - Pool/ Getty Images/ AFP

No quarto dia do julgamento do impeachment do ex-presidente americano Donald Trump, advogados rebateram nesta sexta-feira (12) os argumentos da acusação de que ele foi responsável por incitar a manifestação violenta que terminou com a invasão ao Congresso no dia 6 de janeiro. Para a defesa, o processo é um "ato de vingança política" e uma "caça às bruxas com motivações políticas".

A defesa de Trump não usou todo o tempo a que teria direito para as suas argumentações, que seriam 16 horas em dois dias. Os advogados encerraram a sua apresentação em cerca de três horas nesta tarde; em seguida teve início uma sessão de perguntas e respostas aos dois lados.

Os advogados exibiram um vídeo com uma compilação de cenas em que o presidente Joe Biden, a vice Kamala Harris e outros políticos democratas usaram a palavra "fight" (lutar). Segundo uma contagem da rede MSNBC, a palavra foi dita 238 vezes no vídeo. Com a edição, a defesa de Trump tentou mostrar que essa linguagem é comum no discurso político atual e protegida pela primeira emenda à Constituição americana, que garante a liberdade de expressão. Por isso, segundo a argumentação, Trump não deveria ser responsabilizado por incentivar a invasão do Congresso americano quando disse em discurso a apoiadores que eles deviam "lutar como o inferno".

Para os promotores do impeachment, Trump sabia que a sua retórica incitaria seus apoiadores aos atos de violência.

Em suas apresentações aos senadores, os três advogados de Trump buscaram caracterizá-lo como um apoiador da "lei e da ordem". David Schoen, um dos advogados, disse que o caso dos democratas foi movido por "oportunismo político" e que a pressa em julgar o impeachment impediu o devido processo justo de defesa.

Para a defesa de Trump, os eventos de 6 de janeiro, embora tenham sido condenáveis, foram um incidente isolado que teria acontecido independentemente do discurso de Trump. "Não é possível incitar o que já iria acontecer de qualquer maneira", disse o advogado Michael van der Veen.

"Alegar que o presidente de alguma forma desejou ou encorajou um comportamento ou fora da lei é uma mentira absurda e monstruosa", afirmou van der Veen. "Na verdade, as duas primeiras mensagens que o presidente enviou pelo Twitter assim que a incursão ao Capitólio começou foram 'sejam pacíficos' e 'sem violência, porque somos o partido da lei e da ordem'", argumentou.

O Senado americano deve se reunir novamente na manhã de sábado. A votação final sobre o impeachment de Trump é esperada para as 17 horas (no Brasil). A condenação precisa ser aprovada por dois terços dos senadores, ou 67 votos, o que exigiria que 17 republicanos votassem contra Trump. Caso o ex-presidente seja condenado, haverá uma votação para impedi-lo de ocupar cargos públicos, que exigiria uma maioria simples dos votos.

Ao final da sessão desta sexta-feira, os senadores votaram por unanimidade para conceder a Medalha de Ouro do Congresso, uma das mais altas honrarias civis dos EUA, ao policial do Capitólio Eugene Goodman, que conseguiu afastar a multidão de invasores da Câmara do Senado em 6 de janeiro.

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