O presidente americano Donald Trump ao lado de Aminta Perez, cujo filho, Oscar Perez, foi morto pelas Forças Armadas da Venezuela, em comício em Miami nesta segunda (18)| Foto:  JOE RAEDLE / AFP

O presidente americano, Donald Trump, pressionou nesta segunda-feira (18) as Forças Armadas da Venezuela a romperem com o regime de Nicolás Maduro e a ajudarem a restaurar a democracia no país caribenho.

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A uma plateia formada por dissidentes venezuelanos e opositores a Maduro na Universidade Internacional da Flórida, em Miami, Trump acusou o ditador de ser um "fantoche cubano" e afirmou que os militares estavam arriscando seu futuro ao se manter ao lado do líder. 

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"Eles estão arriscando seu futuro, eles estão arriscando suas vidas e o futuro da Venezuela por um homem controlado pelas Forças Armadas cubanas e protegidas por soldados privados do Exército cubano", disse Trump. 

"Maduro não é um patriota venezuelano, é um fantoche cubano." Os EUA, assim como o Brasil e cerca de 50 outros países, reconheceram o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. 

A pedido de Guaidó, os EUA enviaram para Cúcuta, na fronteira da Colômbia com a Venezuela, toneladas de mantimentos, remédios e itens de higiene que o opositor tentará fazer entrar no país no próximo sábado (23), em uma caravana. 

Maduro bloqueia a medida, por considerá-la um pretexto para uma intervenção militar dos EUA, e ordenou um reforço militar na fronteira. 

O presidente americano advertiu que os militares não deveriam seguir as ordens do ditador venezuelano de bloquear a ajuda humanitária. 

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Também alertou contra quaisquer tentativas de ferir a população venezuelana, Guaidó e a família do opositor. 

Trump disse que os militares venezuelanos poderiam escolher entre aceitar a oferta de anistia de Guaidó e viver a vida em paz com suas famílias ou escolher um segundo caminho, que seria o de seguir apoiando Maduro. "Se escolherem esse caminho, vocês não vão encontrar porto seguro, saída fácil ou escapatória. Vocês vão perder tudo", disse o republicano, que voltou a ressaltar que sua intenção é promover uma "transição pacífica" na Venezuela, mas que "todas as opções estão em aberto." 

Críticas ao socialismo

Em indiretas voltadas à ala do Partido Democrata que mais têm ganhado força nos últimos anos, liderada pelo senador Bernie Sanders, Trump fez críticas ainda ao "socialismo". 

Afirmou que o socialismo transformou a Venezuela, "o país mais rico, de longe, da América do Sul", no que a nação é hoje, com confiscos em massa, supressão da liberdade de expressão, manipulação de eleições e perseguição de adversários, segundo Trump. 

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"Os socialistas fizeram na Venezuela o mesmo que os socialistas e regimes totalitários fizeram onde tiveram a chance de governar, com resultados catastróficos", afirmou. 

"Os dias de socialismo e comunismo estão contados não só na Venezuela, mas na Nicarágua e em Cuba também." O presidente americano disse que, àqueles que tentam impor o socialismo nos EUA, "nós damos uma mensagem muito simples: a América nunca vai ser um país socialista." 

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Pouco antes de Trump discursar, Guaidó falou por videoconferência no evento em Miami. Ele agradeceu o apoio do líder americano e afirmou que o país enfrenta um debate entre "democracia e ditadura, entre vida e morte." 

Juan Guaidó, presidente interino da Venezuela, fala em transmissão para a reunião em Miami 
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"Estamos determinados a pressionar a ditadura que evadiu a lei, mantém prisioneiros políticos e perseguiu muitos venezuelanos", afirmou.

Resposta

O ditador Nicolás Maduro disse nesta segunda-feira que Donald Trump adotou um "estilo quase nazista" ao falar sobre o país sul-americano e criticou o líder americano por pensar que pode dar ordens aos militares da Venezuela. "Quem é o comandante das Forças Armadas? Donald Trump? Em Miami? Eles acham que são os donos do país", afirmou o líder venezuelano. 

As críticas de Maduro a Trump foram transmitidas em uma transmissão ao vivo feita na conta do presidente venezuelano no Twitter.