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O secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou neste sábado (5) que a gestão do presidente Donald Trump vai revogar todos os vistos de portadores de passaporte do Sudão do Sul.
É a primeira medida desse tipo que o governo Trump adota contra todos os portadores de passaporte de um país desde que o republicano voltou à Casa Branca, em janeiro, e, segundo nota do Departamento de Estado, ocorre porque o país africano estaria se recusando a receber voos de deportação de cidadãos sul-sudaneses.
“É hora do governo de transição do Sudão do Sul parar de tirar vantagem dos Estados Unidos. Aplicar as leis de imigração da nossa nação é extremamente importante para a segurança nacional e a segurança pública dos Estados Unidos. Cada país deve aceitar o retorno dos seus cidadãos em tempo hábil quando outro país, incluindo os Estados Unidos, tentar removê-los”, afirmou Rubio no comunicado.
“Como o governo de transição do Sudão do Sul falhou em respeitar totalmente esse princípio, com efeito imediato, o Departamento de Estado dos Estados Unidos está tomando medidas para revogar todos os vistos de portadores de passaportes sul-sudaneses e impedir novas emissões para impedir a entrada nos Estados Unidos de portadores de passaportes sul-sudaneses. Estaremos preparados para revisar essas ações quando o Sudão do Sul estiver em total cooperação”, acrescentou o secretário de Estado.
O Sudão do Sul passou por uma guerra civil entre forças do governo e de oposição entre 2013 e 2020 e recentemente voltou a ser palco de tensões políticas.
Em março, o primeiro vice-presidente do país, Riek Machar, líder do Movimento de Libertação do Povo do Sudão na Oposição e que voltou ao cargo de vice em 2020, como parte do acordo para encerrar a guerra civil, foi colocado em prisão domiciliar.
O grupo político de Machar afirmou que a detenção dele representava o fim do acordo de paz no Sudão do Sul e deixava o país “à beira da guerra civil”.
Segundo informações da agência EFE, o ministro da Informação, Michael Makuei, anunciou que Machar e outros oficiais detidos serão investigados e julgados por acusações de que teriam incitado seus seguidores a se rebelarem para impedir as eleições no país.