Imigrantes ilegais capturados por agentes da Patrulha da Fronteira são mantidos em jaulas, como esta, em McAllen, no Texas| Foto: HANDOUTAFP/US CUSTOMS AND BORDER PROTECTION

Em meio a uma crise migratória global e a críticas sobre sua política de separar de crianças imigrantes de seus pais na fronteira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (18) que o país não irá se tornar um campo de migrantes ou de refugiados. "Os Estados Unidos não serão um acampamento de migrantes, nem uma instalação de abrigo de refugiados. Não sob o meu comando", declarou o republicano. 

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Trump fez menção "ao que está acontecendo na Europa", e disse que "não pode permitir que isso aconteça" nos EUA. Ele disse, inclusive, que a criminalidade na Alemanha aumentou por causa das políticas que permitem entrada fácil no país por parte de migrantes e refugiados. 

"O povo da Alemanha está se voltando contra sua liderança enquanto a questão da migração balança a já tênue coalizão de Berlim. O crime na Alemanha está aumentando muito. Grandes erros estão sendo feitos em toda a Europa ao deixarem entrar milhões de pessoas que mudaram a cultura de forma forte e violenta!", escreveu Trump no Twitter. 

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Não é o que mostram os dados do Ministério do Interior alemão. Novos indicadores foram divulgados em maio e mostram que a criminalidade atingiu o menor nível desde 1992. No ano passado foram registradas 5,76 milhões de ocorrências, uma queda de 5% em relação a 2016. 

Segundo o ministro do Interior, Horst Seehofer, dado o crescimento da população alemã, a criminalidade no país está nos menores níveis em três décadas, “A Alemanha tornou-se mais segura.” 

Trump tem um histórico de tuitar informações imprecisas sobre imigração e crime na Europa. Entretanto, não é de se estranhar a publicação na rede social. Um grande número de alemães pensa o mesmo. Uma pesquisa realizada em abril aponta, por exemplo, que 41% dos alemães sentem que os espaços públicos são bem menos seguros do que há cinco anos. 51%, entretanto dizem que nada mudou. 

Tolerância zero

O republicano endureceu a política de imigração americana e tem restringido a entrada de estrangeiros no país, tanto na fronteira com o México quanto por meio de novas exigências para vistos e permanências. Mais recentemente, ele virou alvo de críticas inclusive de aliados por ter incentivado uma política de "tolerância zero" que separou milhares crianças imigrantes de seus pais na fronteira. 

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Trump afirmou nesta segunda que quer "segurança" para o país. Segundo ele, parte dos migrantes que chega ilegalmente à fronteira traz "morte e destruição" aos EUA.  "Essas pessoas que se esgueiram pela fronteira [...] podem ser assassinos, ladrões e tantas coisas mais. Nós queremos um país seguro, e isso começa com as fronteiras", declarou. 

O mandatário também voltou a dizer que "um país sem fronteiras não é um país". 

Lamento pela separação de pais e filhos

Trump lamentou a separação das crianças de seus pais e disse que essa situação, assim como a atual crise migratória do país, é de responsabilidade dos democratas, que criaram "leis horríveis" no passado. O governo americano argumenta que está apenas cumprindo as leis, ao processar e aprisionar imigrantes que atravessam a fronteira ilegalmente - o que é um crime federal, mas que antes não era denunciado pelas autoridades. 

O republicano defende uma reforma das leis imigratórias dos EUA, que inclua provisões para a prometida expansão do muro na fronteira com o México.

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