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Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas (esquerda) e o primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan durante encontro que pediu púnição a Israel e fim de bloqueio a Gaza | Reuters
Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas (esquerda) e o primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan durante encontro que pediu púnição a Israel e fim de bloqueio a Gaza| Foto: Reuters

Uma cúpula regional serviu na segunda-feira para que vários líderes islâmicos se somassem à Turquia para exigir o fim do bloqueio à Faixa de Gaza e uma punição a Israel pela sua letal ação militar contra um navio com ajuda humanitária.

"Chegou a hora de suspender o embargo a Gaza", disse o primeiro-ministro Tayyip Erdogan numa entrevista coletiva ao lado do presidente sírio, Bashar Al Assad, no primeiro dia da reunião regional sobre segurança. "Não queremos mais uma prisão a céu aberto no mundo."

A Turquia já foi o maior aliado islâmico de Israel, mas suas relações vêm piorando sob o governo de Erdogan. Nove turcos morreram no incidente naval de segunda-feira passada na costa da Faixa de Gaza, e o líder turco disse que o Estado judeu terá "de pagar a conta pelo sangue derramado pelos mártires".

Assad prometeu apoio à campanha turca. "Quero dizer que o sangue turco não é diferente do sangue árabe", disse ele. "Nosso sangue é um só, e esta combinação vai eliminar o bloqueio de Gaza."

A Turquia recebeu mensagens de apoio de outros países islâmicos, como Afeganistão, Azerbaijão, Irã, Paquistão, Catar e, naturalmente, do presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Dificilmente, no entanto, a declaração final do fórum chamado Interação e Medidas de Construção de Confiança na Ásia irá conter uma condenação a Israel, já que o país é membro do grupo, e a declaração tem de ser por consenso.

Para não expor nenhum funcionário de alto escalão, a representação de Israel se limita ao nível consular.

O fórum reúne 20 países, mas muitos outros líderes, como Assad, participam na qualidade de convidados. Na quarta-feira, chanceleres da Liga Árabe farão uma reunião com seu homólogo turco em Istambul.

Erdogan aproveitou o evento para novamente rejeitar as acusações israelenses de que militantes islâmicos estariam a bordo do barco atacado. "Eles são como uma máquina de mentir. Eles estão fabricando mentiras. São conhecidos por isso", afirmou.

A ofensiva diplomática contra Israel ofuscou outros temas da cúpula, da qual participam oito presidentes visitantes, mais o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, inimigo declarado de Israel, se reuniu na segunda-feira com o presidente da Turquia, Abdullah Gul.

Segundo uma fonte oficial turca, Gul pediu a Ahmadinejad que mostre ao mundo a disposição de Teerã em cooperar para eliminar as preocupações relativas ao programa nuclear iraniano.

A Turquia recentemente participou, junto com o Brasil, da mediação de um acordo para que o Irã entregasse parte do seu material radiativo. O país, candidato à União Europeia e único integrante muçulmano da Otan, vem nos últimos anos tentando ampliar sua presença em questões internacionais.

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