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| Foto: KAYHAN OZER/AFP

A Turquia decretou um dia de luto neste domingo (11), um dia depois do duplo atentado que causou 38 mortos no centro de Istambul e foi reivindicado pelo grupo radical Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK). “Os TAK reivindicaram o atentado que aconteceu ontem em Istambul”, informou a agência de notícias Firat, próxima ao movimento separatista curdo.

Um carro-bomba atingiu um carro de transporte da polícia nos arredores do estádio da equipe de futebol do Besiktas, depois do fim da partida contra o Bursaspor. Uma segunda detonação, obra de um suicida, aconteceu no parque Maçka, vizinho ao estádio. Esse duplo ataque atingiu um bairro turístico de Istambul localizado entre a emblemática praça Taksim e o antigo palácio imperial de Dolmabahçe.

Depois da explosão, as autoridades bloquearam rapidamente todos os acessos ao bairro do estádio. Nos arredores, dezenas de policiais, com metralhadoras e pistolas, impediam a passagem, enquanto um helicóptero sobrevoava a área.

O primeiro-ministro Binali Yildirim ordenou que as bandeiras fiquem a meio mastro e o presidente Recep Tayyip Erdogan adiou uma visita que tinha prevista ao Cazaquistão, conforme anunciou a agência pró-governamental Anadolu.

Uma equipe da polícia científica realizou uma rigorosa busca de evidências no estádio e no parque cenários dos ataques. O bairro no qual ocorreram as explosões é uma zona muito visitada às margens europeias da cidade, situado no cruzamento de importantes vias de comunicação e de linhas de transporte público.

“Assistimos em Istamul a manifestação mais horrível do terrorismo”, declarou o presidente em um comunicado. “Aparentemente, as explosões tinham como objetivo causar o maior número de vítimas possível”.

“Venceremos o terrorismo”, prometeu Erdogan. Ele e seu premiê assistiram neste domingo (11), em Istambul, uma cerimônia em memória dos policiais mortos, cujas imagens foram transmitidas por canais locais. Mas as autoridades proibiram difundir imagens dos ataques como em episódios anteriores.

Os torcedores do Besiktas têm fama de serem militantes antigovernamentais. O principal grupo de torcedores da equipe, os “Carsi”, desempenharam um papel central nas manifestações contra Erdogan em junho de 2013.

Onda de atentados

Istambul e outras cidades turcas sofreram este ano uma série de atentados reivindicados pelo movimento curdo e outros atribuídos ao grupo Estado Islâmico. O PKK e uma organização dissidente conhecida pelo nome de TAK costumam atacar veículos da polícia.

Dois atentados anteriores contra ônibus da polícia deixaram dezenas de mortos este ano em Ancara. Quatro turistas morreram, e 36 pessoas ficaram feridas perto da praça Taksim, na célebre avenida Istiklal, em um atentado suicida ocorrido em março e reivindicado pelo EI.

As autoridades também afirmaram que os extremistas foram os responsáveis de um atentado que deixou 47 mortos em junho passado no aeroporto Atatürk, de Istambul. Membro da coalizão internacional que combate o EI na Síria e no Iraque, a Turquia iniciou em agosto uma ofensiva no norte da Síria para pressionar os extremistas para o sul.

Diante do risco de atentados em Istambul, os Estados Unidos ordenaram a evacuação, em outubro, das famílias dos funcionários de seu consulado nessa cidade. No Twitter, a embaixada dos Estados Unidos em Ancara condenou um “ataque covarde” e garantiu que estava “ao lado do povo turco contra o terrorismo”.

Já o presidente do Parlamento europeu, Martin Schulz, expressou sua “solidariedade com os cidadãos turcos, com as famílias das vítimas do ataque de Istambul”.

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