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Tutancâmon, que tinha o pé torto e sofria de problemas genéticos, teria morrido por malária | Cris Bouroncle/AFP
Tutancâmon, que tinha o pé torto e sofria de problemas genéticos, teria morrido por malária| Foto: Cris Bouroncle/AFP

Doença

Faraó morreu de Malária, sugere exame de DNA

Folhapress, em São Paulo

Nem queda de biga, nem golpe na cabeça, nem envenenamento encomendado. Tutancâmon, o mais famoso soberano do Egito antigo, morreu provavelmente de complicações de uma fratura no fêmur e de uma infecção grave por malária. A conclusão é da análise patológica mais completa já feita na múmia do jovem faraó, publicada por pesquisadores do Egito, da Alemanha e da Itália na revista médica "Jama’’.

Durante dois anos, o grupo fez análises de DNA, tomografias computadorizadas e medições exaustivas em Tutancâmon e outras 15 múmias. Destas, dez eram aparentadas com o rei-menino, morto em 1324 a.C. aos 19 anos. Zahi Hawass, do Conselho de Antiguidades do Egito e líder da pesquisa, diz que os novos dados permitem descartar a hipótese de que Tutancâmon tenha sido assassinado a mando de seu vizir, Aye – que queria tomar-lhe a mulher, Anquesenâmon.

O estudo revelou que o faraó tinha uma série de deformações nos ossos e uma doença rara semelhante à artrite.

  • A múmia Young Lady (jovem senhora), provável mãe de Tutancâmon, teria casado com o irmão

O rei adolescente do Antigo Egito, Tutancâmon, era fruto de um casamento incestuoso, di­­zem cientistas, numa revelação que ajuda a explicar por que ele era coxo e sofria de outras deformidades e problemas genéticos.

A pesquisa, que incluiu testes realizados na múmia do faraó, descoberta em 1922, mostrou que os pais do rei eram irmãos e que ele só tinha um casal de avós.

Alianças incestuosas eram comuns entre a realeza egípcia, disse o egiptólogo Zahi Hawass, chefe do Departamento de Anti­­guidades egípcias. "Um rei podia casar-se com a irmã e com a filha, porque ele era um deus, como Ísis e Osíris".

Especula-se há tempos sobre o destino do rei, que morreu em algum momento do ano 1324 a.C., provavelmente aos 19 anos.

Especulação

Zahi Ha­­wass confirmou a hipótese levantada por inúmeros cientistas segundo a qual o pai de Tutancâmon é, realmente, o fa­­raó Akhenaton. Mas, ao mesmo tempo, lançou especulações so­­bre sua mãe, afastando de vez uma das candidatas, a rainha Nefertiti. Hawass informou que outros testes de DNA iam ser realizados nas múmias reais para dar continuidade ao estudo da genealogia do faraó e de outros membros da 18.ª dinastia (1580-1314 a.C). Novos resultados po­­derão ser anunciados em seis meses, prometeu.

Pai

Múmia descoberta no Vale dos Reis pôde ser identificada como sendo a do pai de Tutan­­câmon, atribuída com uma "certeza quase total" a Akhenaton, segundo o Conselho Supremo das Anti­­guidades egípcias.

Os trabalhos deverão se concentrar, a partir de agora, entre outros, em uma múmia anônima identificada como a de sua mãe. Conhecida pelo código KV35YL, ou, de mo­­do mais ro­­mântico, como a "Young Lady" (jovem se­­nhora), esta múmia foi descoberta em 1898 pelo arqueólogo francês Victor Loret, no Vale dos Reis, perto de Luxor.

"Não se sabe seu nome, mas o mais importante é que esta dama é filha de Amenhotep III e da rainha Tiyi", avós paternos de Tu­­tancâmon, declarou Ha­­wass, o que comprovaria a tese de incesto.

"Não é, então, possível que seja Nefertiti", esposa de beleza legendária de Akhenaton, assegurou, desmentindo as teses de alguns estudiosos.

Hawass falou sobre o assunto à imprensa no Museu do Cairo, onde está exposto o tesouro descoberto em 1922 no túmulo de Tutancâmon, com caixões contendo as múmias de Akhenaton, Tiyi e a "Young Lady".

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