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Manifestantes pró-Rússia constroem barricadas nas ruas da cidade de Luhansk, no leste do país | REUTERS/Vasily Fedosenko
Manifestantes pró-Rússia constroem barricadas nas ruas da cidade de Luhansk, no leste do país| Foto: REUTERS/Vasily Fedosenko

Rebeldes pró-Rússia abateram nesta segunda-feira (5) um helicóptero ucraniano durante um combate intenso perto da cidade de Slaviansk, no leste da Ucrânia, e o governo central em Kiev mobilizou forças especiais da polícia para a cidade portuária de Odessa, no sudoeste do país, para deter um avanço da rebelião rumo ao oeste.

A Ucrânia afirmou que as forças em Odessa, basicamente de "ativistas civis", irão substituir a polícia local, que não foi capaz de lidar com as ações rebeldes no fim de semana. A mobilização das tropas foi uma mensagem clara de Kiev de que, ao mesmo tempo em que enfrenta a rebelião no leste, resistirá vigorosamente a qualquer sinal de degeneração para uma guerra civil mais ampla.

Odessa, com sua mistura étnica de russos e ucranianos, georgianos e tártaros, um contraste cultural com o leste pró-Rússia, estava tranquila nesta segunda-feira. Bandeiras ucranianas tremulavam a meio mastro para os funerais de algumas das dúzias de pessoas mortas nos enfrentamentos de sexta-feira.

Mas no leste, os combates se intensificaram em torno do enclave pró-Rússia de Slaviansk, cidade de 118.000 habitantes onde os rebeldes emboscaram forças ucranianas no começo do dia.

O Ministério do Interior informou que cinco policiais paramilitares foram mortos. Separatistas disseram que quatro dos seus também morreram.

O som de uma sirene de ataque aéreo podia ser ouvido no centro de Slaviansk, e um sino de igreja ressoava na praça principal.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia pediu a Kiev que "detenha o banho de sangue, retire as forças e finalmente se sente à mesa de negociação". A chancelaria publicou um relatório de 80 páginas detalhando "violações abrangentes e brutais dos direitos humanos" na Ucrânia nos últimos seis meses, pelas quais acusa o novo governo e seus aliados ocidentais.

A Rússia nega as acusações ucranianas e ocidentais de que busca minar o país de 45 milhões de habitantes e que utiliza forças especiais para conduzir a insurgência, como fez antes de anexar a Crimeia em março.

O ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, declarou temer que nenhum dos lados consiga mais controlar as forças em ação.

"Estou convencido de que estamos lutando contra uma situação que adquiriu sua própria dinâmica. Há grupos no leste da Ucrânia que não estão ouvindo nem Kiev... nem Moscou".

O autoproclamado prefeito pró-Rússia de Slaviansk, Vyacheslav Ponomarev, disse à Reuters por telefone: "(Os ucranianos) estão mobilizando cada vez mais forças aqui. Recentemente paraquedistas pousaram... para nós, não são militares, mas fascistas".

O Ministério da Defesa ucraniano afirmou que os rebeldes derrubaram um helicóptero militar, o quarto desde sexta-feira, com tiros de metralhadoras pesadas. O helicóptero caiu em um rio e a tripulação foi resgatada, mas não há detalhes sobre a condição de saúde das pessoas que estavam a bordo.

Mais de 40 pessoas foram mortas nos confrontos de sexta-feira, os piores desde que o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich fugiu para Moscou em fevereiro em meio a protestos de ucranianos que exigiam laços mais estreitos com a Europa. A maioria era de militantes pró-Rússia, mortos quando o edifício que ocupavam foi incendiado por bombas de gasolina.

Não ficou claro quem iniciou o incêndio, mas Moscou acusa Kiev de incitar a violência.

No domingo, centenas sitiaram uma delegacia de polícia onde ativistas pró-Rússia foram detidos depois de combates nas ruas que levaram ao incêndio do imóvel. A polícia libertou 67 deles, enfurecendo Kiev.

(Reportagem adicional de Ralph Boulton, Natalia Zinets e Elizabeth Piper, em Kiev; de Maria Tsvetkova, em Slaviansk; e de Matt Robinson, em Donetsk)

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