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Longas filas surgiram em torno dos postos de votação em Kiev para a crucial eleição presidencial deste domingo, num contraste entre o cenário da capital e o do leste do país. Na região onde rebeldes pró-Rússia fortemente armados intimidam eleitores, há bloqueios nos postos de votação e urnas destruídas.

A eleição deste domingo está sendo realizada apesar de semanas de conflitos nas regiões do leste que formam o coração industrial do país. Lá, insurgentes tomaram prédios do governo, lutaram contra tropas oficiais e se comprometeram a boicotar a votação.

Autoridades de Kiev esperavam que as eleições pudessem unificar a nação dividida. Apesar disso, a questão de quem poderia ser capaz de votar neste domingo tomou conta do processo democrático. Cerca de 35,5 milhões de ucranianos são aptos a votar, mas separatistas nas regiões de Donetsk e Luhansk, as quais possuem 5,1 milhões de eleitores, trabalham para impedir a votação.

Operações militares parecem ter parado por um dia, mas ainda assim poucos votavam no leste. A administração regional de Donetsk disse que apenas 426 dos 2,4 mil postos de votação na região estavam abertos e nenhum deles na cidade de Donetsk, onde vivem mais de 1 milhão de pessoas. Também não houve votação na cidade de Luhansk, mas algumas estações de votação pareciam estar abertas na região, de acordo com oficiais locais.

A eleição deste domingo opõe o ex-ministro de Relações Exteriores Petro Poroshenko, que é o líder de pesquisas, ao ex-primeiro-ministro Yulia Tymoshenko. Os dois políticos pró-Europa, que já foram rivais na política ucraniana por uma década, competem contra diversos outros candidatos. Entre eles estão o membro do parlamento Serhiy Tihipko, o ex-ministro da Defesa Anatoliy Hrytsenko, o nacionalista radical Oleh Lyashko e o ex-governador de Kharkiv Mykhailo Dobkin.

O presidente russo Vladimir Putin prometeu "respeitar a escolha do povo ucraniano" e disse que trabalharia com o vencedor das eleições, numa ação que parece tentar aplacar a pior crise de relacionamento da Rússia com o Ocidente desde a Guerra Fria.

O governo interino de Kiev e o Ocidente acusam a Rússia de apoiar o levante separatista depois da anexação da Península da Crimeia, em março. Residentes da Crimeia que desejassem votar tiveram permissão para viajar para outras áreas da Ucrânia. Não está claro quantas pessoas decidiram fazê-lo.

Oficiais das eleições na Ucrânia disseram que receberam apenas cerca de 26% dos registros de votação na região de Donetsk e 16% para Luhansk. No centro de Donetsk, um grupo de insurgentes visitou estações de votação para ter certeza de que elas estavam fechadas.

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