A Comissão Europeia (CE) anunciou neste domingo que desdobrou seu serviço aéreo humanitário para abrir uma via de transporte e de apoio vital a Bangui, a capital da República Centro-Africana, em um momento no qual a comunidade internaiconal tenta estabilizar a situação no país.

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Um avião CRJ 200 - operado por "Echo", os serviços humanitários aéreos da União Europeia (UE) - com uma capacidade de 50 passageiros ou cinco toneladas de carga, chegará amanhã na cidade litorânea de Duala, a maior de Camarões, segundo a CE.

O avião fará voos diários entre Bangui e Duala, estabelecendo uma ponte aérea humanitária para transportar bens e pessoas à República Centro-Africana.

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Além disso, a UE duplicará o número de especialistas já radicados em Bangui que trabalham com agências de ajuda humanitária para canalizar assistência às pessoas que mais necessitam, explicou a CE.

"Nos últimos dias temos ouvido histórias aterrorizantes de massacres na República Centro-Africana", assinalou a comissária de polícia europeia para a Cooperação Internacional, Ajuda Humanitária e Resposta de Emergência, Kristalina Georgieva.

"A chegada de forças internacionais a Bangui e seu desdobramento além da capital representa a única esperança para a segurança de milhões de pessoas que estiveram vivendo com medo a maior parte deste ano", acrescentou, em referência à intervenção militar da França, junto a uma força africana, para proteger a população civil e restabelecer a ordem nesse país.

De acordo com a comissária, os voos ECHO contribuirão para garantir que a ajuda humanitária chegue aos cidadãos que mais necessitam e para proporcionar uma via de transporte para serviços essenciais que podem salvar vidas.

Georgieva agradeceu a todos os trabalhadores de ONGs, da Cruz Vermelha e da ONU que permaneceram nos últimos meses em Bangui e no interior da República Centro-Africana para atender os cidadãos necessitados, apesar da violência e o caos.

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A comissária afirmou que as necessidades do povo seguirão sendo "enormes" durante algum tempo e, enquanto a UE duplicou sua ajuda humanitária até 20 milhões de euros, "está claro que necessitará de muito mais financiamento", disse.

Por isso, a comissária pediu aos doadores internacionais que mostrem "compaixão e sejam generosos com uma crise que permaneceu no esquecimento durante tempo demais".

Nas últimas semanas, foram registrados choques entre partidários do grupo Séléka, que em 24 de março deu um golpe de Estado que derrubou o presidente François Bozizé, e seus partidários, agrupados nas milícias de autodefesa "Anti-Balaka" ("antimachete" em sango, a língua nacional).

Os enfrentamentos se intensificaram na quinta-feira após os ataques dos "Anti-Balaka" horas antes que a ONU autorizou a intervenção militar da França, junto com uma força africana, para proteger a população civil e restabelecer a ordem nesse país.

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