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Passageiros improvisam camas no terminal de Heathrow, em Londres: infraestrutura aeroportuária seria “elo fraco” de cadeia de transportes | Toby Melville/Reuters
Passageiros improvisam camas no terminal de Heathrow, em Londres: infraestrutura aeroportuária seria “elo fraco” de cadeia de transportes| Foto: Toby Melville/Reuters

Crise

Epicentro do apagão aéreo, aeroporto britânico de Heathrow opera com metade da capacidade:

REINO UNIDO

- Apesar de a neve ter diminuído, o aeroporto de Heathrow ainda operava ontem com metade de sua capacidade. Centenas de pessoas permaneciam acampadas nos terminais de embarque. O trem Eurostar, que liga o Reino Unido à França e à Bélgica, cancelou boa parte das reservas para viagens até o Natal.

IRLANDA

- Dezenas de estradas foram bloqueadas ou danificadas pela neve e a maioria dos voos foi cancelada.

FRANÇA

- Mais voos foram cancelados, dezenas de ruas e estradas em todo o norte foram bloqueadas pela neve e o sistema de ônibus públicos de Paris foi desativado.

ALEMANHA

- O aeroporto de Frankfurt suspendeu pousos e decolagens por horas.

BÉLGICA

- O aeroporto de Bruxelas se manteve aberto graças a produtos químicos nas pistas.

Londres - No quarto dia de caos aéreo na Europa, um representante da Comissão Europeia culpou os ae­­roportos pelos problemas, gerados, segundo ele, pelo despreparo para enfrentar ondas de frio como a que atinge o continente desde a semana passada.

Atrasos e cancelamentos têm atrapalhado os planos de viagem de milhares de pessoas dias antes do Natal. O comércio também foi afetado. Para os lojistas, o temor é de que não haja tempo hábil até as festas do fim de ano para recuperar o faturamento perdido pelo mau tempo. "A neve em todo o país [Reino Unido] está tendo um im­­pacto dramático, com queda de até 50% nas vendas", disse Andrew Wade, analista da empresa Numis Secu­­rities.

Grande parte do passageiros tem passado noites em salas de embarque e estações de trem, também afetados pelo mau tempo. E a previsão é que a normalidade não voltará até o dia de Natal.

Em comunicado, Siim Kallas, vice-presidente do braço executivo da UE e responsável por transportes, chamou a situação de "inaceitável". Para ele, a infraestrutura aeroportuária é um "elo fraco em uma cadeia que está contribuindo para severas interrupções".

Kallas disse que novas regras, que devem ser lançadas em 2011, podem incluir requisitos de "serviços mínimos" que os aeroportos devem fornecer em dias de mau tempo.

Atrasos

Um dos aeroportos mais afetados é o de Heathrow, em Londres. Os terminais continuavam ontem lotados de passageiros que buscavam nas telas de computador a esperança de finalmente poder seguir para seus destinos.

O premier britânico, David Ca­­meron, chegou a oferecer militares para auxiliar na retirada da neve das pistas de Heathrow. A oferta, no entanto, foi recusada.

O Eurostar, trem que liga o Rei­­no Unido à França e à Bélgica, ainda operava ontem com velocidade reduzida.

Brasileiros

A manhã de ontem foi de alívio para os passageiros que chegavam da Europa no aeroporto de Cum­­bica, em Guarulhos (Grande SP).

Na bagagem, eles traziam histórias de dias dormidos no chão de aeroportos, filas quilométricas para fazer check-in ou para remarcar voos e falta de auxílio por parte das companhias aéreas.

Fernando Godoy, de 16 anos, ficou duas noites em Heathrow. A luz e o barulho só o deixaram dormir por três horas nas mais de 50 em que ele perambulou pelos corredores gélidos do aeroporto.

O voo dele, da TAM, deveria ter saído na noite de sábado, mas foi cancelado. Ele só embarcou na segunda-feira.

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