Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Para reduzir tarifas

UE diz estar disposta a acatar sugestão de Trump para compra de mais energia dos EUA

Trump se diz aberto a negociar tarifas se países oferecerem “algo fenomenal” (Foto: Will Oliver/EFE/EPA)

Ouça este conteúdo

A Comissão Europeia declarou nesta terça-feira (8) que está disposta a negociar a compra de mais gás dos EUA, como sugerido por Donald Trump, para reduzir as tarifas impostas, embora tenha ressaltado que não é Bruxelas que discute e assina esses contratos, mas as próprias empresas.

"Metade do nosso gás natural liquefeito (GNL) já vem dos EUA, e estamos dispostos a ir mais longe, a trabalhar com o governo de Donald Trump, e estamos dispostos a negociar com os EUA", disse em uma entrevista coletiva a porta-voz comunitária de Energia, Anna-Kaisa Itkonen.

No entanto, a porta-voz enfatizou que o Executivo comunitário "como tal, não é um ator do mercado", um dia após Trump rechaçar a oferta europeia de tarifa zero sobre produtos industriais de ambos os lados e dizer que poderia reduzir as taxas se a União Europeia (UE) comprasse US$ 350 bilhões em energia de seu país.

"Não negociamos nenhum desses contratos. O que podemos fazer concretamente é revisar os procedimentos de certificação das infraestruturas de GNL e analisar opções para aumentar a demanda", acrescentou a porta-voz, ressaltando que a Comissão não tem acesso a esses contratos privados e, portanto, não pode saber exatamente quanto a UE paga aos EUA por seu gás.

A UE comprou dos EUA 16,1% do seu consumo de petróleo no ano passado e 45,3% das suas importações de gás natural liquefeito, seguida pela Rússia (17,5%) e Noruega (13,5%), sendo esta última também a fonte de 45,6% do gás em estado gasoso que chegou ao território comunitário europeu.

A porta-voz de Energia da Comissão acrescentou que a UE está negociando com vários parceiros enquanto busca diversificar seus fornecedores para substituir o gás natural liquefeito russo.

"Não queremos ser excessivamente dependentes de um único fornecedor; aprendemos nossas lições. Em qualquer caso, os EUA continuam sendo um parceiro importante à medida que diversificamos nossas fontes de energia, e estamos dispostos a discutir e negociar", completou.

Trump sugeriu nesta segunda-feira (7), em entrevista no Salão Oval da Casa Branca ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que a UE compre US$ 350 bilhões em energia de seu país se quiser reduções tarifárias.

"Uma das maneiras pelas quais isso pode desaparecer fácil e rapidamente é se comprarem nossa energia... se puderem comprá-la, podemos reduzir os US$ 350 bilhões em uma semana. Eles têm que comprar e se comprometer a comprar uma quantidade similar de energia", enfatizou.

O presidente americano defendeu a capacidade de produção de energia de seu país em todos os setores e expressou sua disposição de vendê-la à União Europeia e outros países para compensar o déficit comercial dos EUA.

VEJA TAMBÉM:

Use este espaço apenas para a comunicação de erros