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Curitiba – Os candidatos a cursos de pós-graduação que enfrentam dificuldade para conseguir bolsas de estudos no Brasil estão recorrendo à ajuda externa. Eles faturam a maior parcela dos recursos do Programa de Bolsas de Alto Nível da União Européia para a América Latina, o Alban. No último concurso, dos 553 selecionados, 156 eram do Brasil. Ao todo, 433 brasileiros se beneficiam do programa, que acaba de abrir sua quarta etapa de inscrições.

O Alban, que foi lançado em 2002 e segue até 2010, oferece 75 milhões de euros (aproximadamente R$ 202 milhões) aos interessados. A maior parte dos recursos permanece disponível. Apesar da meta ser formar 3,9 mil estudantes e profissionais latino-americanos até 2010, só 433 foram aprovados até agora, em quatro anos de programa. O índice de aprovação dos brasileiros é de 30%, maior do que os verificados nas próprias universidades do país. Todos os projetos "viáveis" estariam sendo financiados, segundo a União Européia (UE).

O financiamento cobre até 75% dos custos da pesquisa. As bolsas chegam a 1,5 mil euros (R$ 4 mil) para mestrado e doutorado e a 2,5 mil euros (R$ 6,72 mil) para especialização. Antes de liberar a bolsa, a UE exige que o candidato apresente documentos comprovando "que os fundos externos indicados estão disponíveis para seu uso". Além disso, só são selecionados os projetos que prevêem a participação do candidato em tempo integral, ou seja, 1,5 mil horas por ano, de 6 a 7 horas por dia útil.

O primeiro passo é identificar um curso de pós-graduação em qualquer instituição de ensino dos 25 países da União Européia. Quem já tem um projeto de pesquisa ou estudo definido, pode direcionar sua busca, facilitando o processo. As adaptações necessárias dependem da instituição escolhida e do próprio Alban, que também avalia a proposta.

A quarta etapa de inscrições do programa vai até 9 de dezembro para quem pretende apresentar o projeto na forma escrita. O candidato que usar o correio eletrônico tem até 22 de dezembro para se inscrever. Os projetos serão avaliados até junho de 2006, quando deve ser divulgada a lista dos aprovados.

Os critérios para as inscrições diferem para especialização, mestrado e doutorado. Em todos os casos, os candidatos precisam manter vínculo com alguma instituição de ensino no Brasil. O programa privilegia o retorno dos pesquisadores à América Latina. Na própria inscrição é necessário descrever como se dará esse processo. O vínculo com a instituição de ensino brasileira pode ser facilmente formalizado quando o interessado consegue orientação de algum professor da faculdade ou universidade em que estudou para desenvolver o projeto.

No caso dos projetos de especialização, as bolsas não são para recém-formados. É necessário comprovar sete anos de experiência. Ou candidato precisa ter se formado até 1998, em curso aceito pela instituição européia escolhida. Por outro lado, não são aceitos alunos com mais de 50 anos.

Os critérios relacionados à pesquisa dependem mais da instituição de ensino escolhida pelo candidato do que da UE. Segundo dados da Comissão Européia, órgão executivo da UE, os brasileiros aprovados estão concentrados nas áreas de administração, ciências sociais, engenharia e tecnologia.

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