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O então cardeal Joseph Ratzinger celebra a missa de abertura do conclave, em 2005 | Arquivo
O então cardeal Joseph Ratzinger celebra a missa de abertura do conclave, em 2005| Foto: Arquivo

Segundo a legislação da Igreja Católica, o conclave para a eleição de um novo Papa deve começar de 15 a 20 dias após a morte do antecessor. No entanto, a situação peculiar causada pela renúncia de Bento XVI pode antecipar o processo, já que não há necessidade, por exemplo, de funerais, nem dos novemdiales – o período de nove dias em que se celebram missas pela alma do pontífice falecido. Tanto a emissora de televisão CNN quanto o jornal britânico The Guardian informaram que a intenção do Vaticano é que o novo Papa seja escolhido a tempo para as cerimônias da Semana Santa, que começa em 24 de março, Domingo de Ramos.

Desde já alguns cardeais despontam com mais possibilidade de serem escolhidos, incluindo alguns latino-americanos. Mas os motivos alegados por Bento XVI para a renúncia indicam que a idade será um fator tão ou mais importante que a origem geográfica de seu sucessor. Em sua carta de renúncia, o Papa afirmou que deixava o cargo devido à sua "avançada idade" e porque "já não tem forças" para exercer o ministério petrino. Apenas cinco dos cardeais eleitores têm menos de 60 anos, e 43 deles estão abaixo dos 70 anos, incluindo vários dos papabili, como são chamados os cotados para assumir o pontificado. Joseph Ratzinger foi eleito com 78 anos; o polonês Karol Wojtyla se tornou João Paulo II aos 58 anos.

Alguns observadores do Vaticano apostam em um Papa jovem e justificam sua preferência afirmando que o sucessor de Ratzinger deve ter a força necessária para enfrentar o desafio de um mundo cada vez mais secularizado. Outros especialistas defendem um pontificado mais curto, de quase uma década, como o atual, mas com um Papa que aposte na mesma linha de Ratzinger.

Nacionalidades

Outra questão analisada é se o futuro Papa deve ser latino-americano ou africano, ou se chegou a hora de um italiano voltar ao papado após um polonês e um alemão.

Os defensores de um italiano estão convencidos de que os cardeais dessa nacionalidade possuem diplomacia, tato e o diálogo necessários para guiar a Igreja após as crises geradas pelos escândalos de abusos sexuais contra menores cometidos por clérigos e o caso do roubo e vazamento de documentos do Sumo Pontífice.

Italianos

Nomes italianos que surgem com força são o do cardeal-arcebispo de Milão, Angelo Scola, 71 anos, próximo ao movimento Comunhão e Libertação; e o de Gianfranco Ravasi, 70 anos, que dirige o Pontifício Conselho para a Cultura.

Um não italiano que tem o perfil de diplomata citado por especialistas é o canadense Marc Ouellet, 69 anos, prefeito da Congregação para o Clero e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.

Ouellet, que fala perfeitamente espanhol, inglês, francês e italiano, é apontado como o melhor conhecedor da Igreja nas Américas, onde vive mais da metade do 1,2 bilhão de católicos do mundo.

Latino-americano

Sobre um possível Papa latino-americano, os observadores do Vaticano consideram candidatos os brasileiros João Braz de Aviz, 65 anos, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; e Odilo Scherer, 63 anos, arcebispo de São Paulo.

Entre os africanos, o nome mais cotado é do cardeal Peter Turkson, 64 anos, de Gana, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz.

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