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O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) realiza nesta segunda-feira (25) uma reunião para analisar o golpe de Estado dado ontem pelos rebeldes da coalizão Séléka na República Centro-Africana (RC) e para adotar medidas.

Em comunicado emitido pela sede da UA em Adis-Abeba, o organismo expressou sua "firme condenação" da tomada do poder por meios violentos na República Centro-Africana, e antecipou que a reunião pretende "examinar a situação e tomar as medidas necessárias".

A presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini Zuma, se mostrou "muito preocupada" pela crise no país, e ressaltou que "a tomada do poder pela força constitui uma violação flagrante" dos princípios democráticos defendidos pelo organismo pan-africano.

Nesse tipo de caso, Zuma lembrou que a União Africana prevê medidas como "a suspensão da participação do país nas atividades da UA, o isolamento total dos autores da mudança inconstitucional e a adoção de sanções contra os mesmos para conseguir a restauração completa da legalidade".

Os milicianos da Séléka tomaram ontem a capital Bangui, onde o líder rebelde, Michel Djotodia, se proclamou como o novo presidente do país, após a fuga do até então chefe de Estado, François Bozizé, para a vizinha República Democrática do Congo (RDC).

Em declaração feita em um hotel da cidade, Djotodia anunciou a instauração do toque de recolher em todo o território nacional.

Na sexta-feira passada, a UA já tinha condenado os enfrentamentos armados e rejeitou qualquer via violenta de acesso ao poder.

Em janeiro, foi iniciado um processo de negociação entre o governo centro-africano e a Séléka no Gabão, que terminou com a assinatura de acordos de paz no dia 11 daquele mês, e que contemplavam um cessar-fogo e uma transição de um ano com um governo de união nacional, o que não satisfez as exigências da rebelião.

No entanto, os rebeldes retomaram sua atividade na quarta-feira passada, após terem dado um ultimato a Bozizé para cumprir com uma série de reivindicações - a retirada das tropas estrangeiras do país e a libertação de presos políticos, entre outras - que expirou no dia 20, e avançaram rapidamente até a capital Bangui.

A coalizão Séléka, composta por quatro grupos rebeldes, recorreu às armas no norte do país no último mês de dezembro por considerar que Bozizé não tinha respeitado os acordos de paz assinados em 2007.

Estes tratados contemplavam - entre outros assuntos - a integração de combatentes rebeldes no exército centro-africano, a libertação de uma série de presos políticos, e o pagamento aos milicianos que optassem pelo desarmamento.

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