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Nova Iorque (EFE/Reuters) – Uma vacina experimental se mostrou 100% eficaz contra dois tipos de vírus que provocam câncer de colo do útero, em um estudo de dois anos envolvendo mais de 12 mil mulheres. A fabricante Merck Sharp & Dohme anunciou que sua vacina contra o HPV evitou em testes o câncer de colo do útero e lesões pré-cancerosas causadas pelas duas formas mais comuns do vírus. As formas 16 e 18 do papilomavírus humano (HPV) são responsáveis por cerca de 70% por cento dos casos de câncer de colo do útero.

No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de colo do útero é o terceiro mais comum entre as mulheres e a quarta causa de óbitos por câncer na população feminina. São cerca de 4 mil vítimas ao ano. Em todo o mundo, mais de 300 mil mulheres morrem com a doença anualmente, conforme a Merck.

A pesquisa "confirma que a vacina pode oferecer às mulheres jovens um alto nível de proteção contra o desenvolvimento de lesões pré-cancerosas e do câncer de colo do útero em fase inicial", disse Laura Koutsky, professora de epidemiologia da Universidade de Washington, que comandou o estudo. Outros cinco tipos de vírus ainda não são combatidos pelo medicamento.

A capacidade de impedir o aparecimento de colo do útero, pelo menos a curto prazo, foi demonstrada num ensaio nos estágios finais do estudo sobre a vacina, patrocinado pelo laboratório norte-americano. O ensaio envolveu mulheres de 13 países, com idades entre 16 e 26 anos, que não estavam infectadas com nenhum dos dois tipos de vírus.

A Merck, que adquiriu os direitos da tecnologia da vacina da empresa australiana CSL Ltd., pretende pedir sua aprovação ao FDA (órgão que fiscaliza medicamentos nos EUA). O medicamento, chamado de Gardasil, poderá ser vendido dentro de um ano. A vacina também protege contra verrugas genitais. O laboratório Merckel é o mesmo que, ano passado, teve que retirar do mercado o antiinflamatório Vioxx.

Metade das mulheres do ensaio de fase 3 do Gardasil recebeu três doses da vacina durante um período de seis meses, enquanto as outras mulheres receberam placebos. Depois, as mulheres foram observadas por uma média de um ano e cinco meses. A Merck afirmou que o Gardasil foi 100% eficaz na prevenção de lesões pré-cancerosas e cânceres de colo do útero em estágio inicial associados aos tipos 16 e 18 do HPV, nas mulheres que ficaram protegidas de infecção até tomarem a dose final da vacina. Já entre as mulheres que receberam placebos, afirmou o laboratório, houve 21 casos de lesões e cânceres em estágio inicial associados aos dois tipos do vírus.

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