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Independentemente do desfecho, o episódio do desaparecimento do voo 370 da Malaysa Airlines já pode ser considerado um dos mais intrigantes da aviação mundial.

Autor dos livros Plano de Ataque – que investiga os atentados de 11 de setembro –, Caixa Preta e Perda Total – sobre grandes desastres aéreos brasileiros –, Ivan Sant’Anna acredita que a hipótese mais forte é mesmo a de um sequestro. "Minha teoria é de não houve algo súbito e catastrófico", afirma em entrevista à Gazeta do Povo.

Na sua avaliação, o que pode ter acontecido com o voo 370?

Há uma grande possibilidade de que tenha ocorrido um sequestro, já que o piloto desligou o transponder e, em seguida, mudou de rota. Não conheço nenhum transponder que desligue sozinho ou por acidente. Ele fez a curva perto de onde não havia controle aéreo e foi detectado por radares primários, que são muito imprecisos. A única coisa que se sabe até agora é que a aeronave retornou e saiu no estreito.

E quanto às outras hipóteses, como falha mecânica ou erro humano?

O que está parecendo é que o avião foi sequestrado, mas aí também há alguns questionamentos. Se houve um sequestro, por que nenhum passageiro ligou pelo celular, como ocorreu no 11 de setembro? Outra coisa: o avião saiu do ar entre dois monitoramentos, se despediu na Malásia e não se conectou ao Vietnã. Isso permite imaginar também que o próprio piloto pode ter feito algo deliberadamente. Outro mistério é o fato de o localizador de emergência não ter mandando sinais, já que a tripulação não tem controle sobre esse equipamento. Em uma leitura fácil, conclui-se que o avião não explodiu nem pegou fogo, pode até estar pousado em algum lugar. Mas uma coisa é certa: vão encontrar o avião logo. Nunca houve tantos equipamentos em uma busca, todo mundo quer saber o que aconteceu.

A dificuldade em obter respostas expõe algum tipo de fragilidade na aviação?

Não acho que isso exponha fragilidade. Sempre que um avião cai há uma repercussão maior, esse tipo de acidente desperta nas pessoas um interesse monumental. Mas as estatísticas da aviação mostram que o número de acidentes vem diminuindo ano a ano, é cada vez mais improvável morrer em um desastre de avião. No caso dos passageiros da Malaysian Airlines, nem se sabe ainda se eles morreram.

Esse episódio demonstra de alguma forma falta de segurança no setor aéreo?

O nível de segurança depende do país. Usemos como exemplo um avião que sai de Nova York, onde a fiscalização é rigorosa, e faz escala em algum local onde o controle é menos rigoroso. Um funcionário da companhia ou do aeroporto pode, nesse local, introduzir uma arma no avião. Portanto, impedir por completo a ação de criminosos ou terroristas é impossível.

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