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Vaticano anuncia causa da morte do papa Francisco

O Papa Francisco em sua audiência geral semanal no Salão Paulo VI, na Cidade do Vaticano, em janeiro (Foto: EFE/EPA/MAURIZIO BRAMBATTI)

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O Vaticano anunciou pouco depois das 15h desta segunda-feira (21) que o papa Francisco morreu devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC), seguido de insuficiência cardíaca, conforme noticiado pela imprensa italiana mais cedo.

De acordo com o atestado de óbito do pontífice, assinado pelo diretor de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano, Andrea Arcangeli, a morte ocorreu às 7h35 locais (2h35 de Brasília) de 21 de abril no apartamento do papa na Casa Santa Marta. Depois de sofrer o AVC, o papa entrou em coma e teve um colapso cardiocirculatório irreversível.

De acordo com seus registros médicos, Francisco sofreu um episódio de insuficiência respiratória aguda devido a uma pneumonia microbiótica bilateral, além de bronquite múltipla, hipertensão e diabetes. A morte do pontífice foi confirmada por um eletrocardiograma. 

“Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja.Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”, anunciou o cardeal Kevin Joseph Farrell, o camerlengo da Igreja Católica.

Mais cedo, nesta segunda-feira, fontes do Vaticano já haviam antecipado para o jornal italiano Corriere de La Sierra que o pontífice teria sofrido um derrame, “ocorrido no contexto de um grave problema cardiocirculatório”.

O papa argentino morreu menos de um mês após deixar hospital em Roma, no dia 23 de março, depois de passar 38 dias internado por complicações respiratórias.

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Translado do corpo do papa Francisco pode ocorrer na quarta

Francisco morreu aos 88 anos em sua residência da Casa Santa Marta. Os próximos nove dias serão marcados por um período de luto oficial.

O escritório de imprensa do Vaticano informou mais cedo que o traslado do corpo do papa Francisco na Basílica de São Pedro para a homenagem de todos poderá ocorrer já na próxima quarta-feira (23).

As modalidades do velório e a confirmação do traslado do corpo da capela da Casa Santa Marta - onde Francisco vivia - para a basílica serão condicionais e comunicadas nesta terça-feira (22), após a primeira congregação de cardeais, de acordo com o Vaticano.

A morte de Francisco gerou forte comoção em todo o mundo, com milhares de fiéis se reunindo para rezar e homenagear o papa, na Praça de São Pedro.

Papa Francisco será sepultado em Roma

Em 2024, Francisco aprovou mudanças que foram requisitadas por ele mesmo. Agora o óbito passa a ser confirmado na capela privada do papa, não mais em seu quarto. O corpo será colocado em um caixão mais simples, de madeira revestida de zinco. Quando papas anteriores morreram, foram sepultados dentro de um caixão de madeira de cipreste, outro feito de zinco e um terceiro de olmo, encaixados um dentro do outro. 

Ao invés de ser colocado num catafalco, uma plataforma alta decorada, o caixão será exposto de forma mais simples. Ele permanecerá aberto até o último dia de visitação pública.

Francisco será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, conforme anunciou em 2023, e não nas criptas do Vaticano, onde tradicionalmente os papas são enterrados.

Uma das quatro basílicas maiores localizadas na região de Roma, a igreja custodia o ícone da Virgem Maria Salus Populi Romani (em latim “Salvação do Povo Romano”). Grande devoto desse título mariano, o papa costumava visitar a basílica para rezar diante da imagem antes e depois de viagens internacionais. 

Embora estudos indiquem que o ícone seja datado entre os séculos IX e XII, com autoria anônima, a tradição gosta de atribuir sua pintura ao evangelista São Lucas. A imagem teria sido levada a Roma por Santa Helena, mãe de Constantino. Ao longo dos séculos, os papas recorreram ao ícone para pedir proteção contra calamidades, como a peste negra, a cólera e o fim de guerras, assim como o papa Francisco fez durante a pandemia da Covid-19.

“Quero ser enterrado na Santa Maria Maior, o local já está preparado. É minha grande devoção. Minha grande devoção. E antes de ser papa, quando estava em Roma, eu sempre ia lá nas manhãs de domingo, ficava lá por um tempo. Há um vínculo muito grande”, revelou Francisco em 2023, em uma entrevista a uma emissora mexicana.

Na Basílica de Santa Maria Maior, já foram sepultados sete papas: Honório III (que morreu em 1227), Nicolau IV (1292), São Pio V (1572), Sisto V (1590), Clemente VIII (1605), Paulo V (1621) e Clemente IX (1669). 

Entre a morte do papa e a escolha de um sucessor, a Igreja entra em um período de transição chamado "Sé Vacante" (“o trono está vazio”), no qual o Colégio dos Cardeais assume a gestão da Igreja, embora decisões importantes sejam adiadas até a escolha de um novo pontífice. 

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