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Papa Bento XVI com a presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, durante audiência no Vaticano | Gregocio Borgia/AFP
Papa Bento XVI com a presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, durante audiência no Vaticano| Foto: Gregocio Borgia/AFP

Pentecostes

Bento XVI faz apelo por unidade e compreensão entre as pessoas

O Papa Bento XVI fez um apelo à unidade e à compreensão entre as pessoas, tarefas que considera difíceis apesar dos avanços tecnológicos que melhoraram as comunicações e das facilidades nos transportes que encurtaram distâncias geográficas.

"Todos podemos constatar como em nosso mundo, embora estejamos mais próximos uns dos outros com o desenvolvimento dos meios de comunicação e em uma era na qual as distâncias geográficas parecem desaparecer, a compreensão e a comunhão entre as pessoas é frequentemente superficial e dificultosa", disse Bento XVI durante a missa pelo dia de Pentecostes, no domingo.

O Vaticano negou ontem, em meio à maior crise no pontificado de Bento XVI, notícias de que cardeais seriam suspeitos em uma investigação sobre o vazamento de documentos, num caso que já levou à prisão do mordomo do Papa.

De acordo com a imprensa italiana, o mordomo Paolo Gabriele era apenas um leva-e-traz numa disputa de poderes na Santa Sé. O escândalo estourou na semana passada, quando, em questão de dias, o chefe do banco do Vaticano foi repentinamente demitido, o mordomo foi detido por acusações de furto de documentos, e foi publicado um livro apontando conspirações entre os cardeais.

Os documentos vazados para os jornalistas denunciam corrupção no vasto relacionamento financeiro entre a Igreja e empresas­­ italianas.

Embora negando a veracidade dos relatos, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse numa entrevista coletiva que "isso é naturalmente algo que pode afetar a Igreja, e testar a confiança nela e na Santa Sé".

Uma fonte anônima e res­­ponsável pelo vazamento de alguns documentos disse que o mordomo está sendo usado como bode expiatório, porque a Igreja não ousa implicar os cardeais responsáveis pelos vazamentos.

"Há vazadores entre os cardeais, mas o Secretariado de Estado não podia dizer isso, então prenderam o servidor, Paolo, que estava só entregando as cartas em nome de outros", disse uma fonte ao jornal La Repubblica.

Ao La Stampa, o responsável por um dos vazamentos afirmou que o objetivo das denúncias é ajudar o Papa a erradicar a corrupção.

O Secretariado de Estado, órgão administrativo do Va­­ticano, é comandado pelo cardeal Tarcisio Bertone, po­­deroso braço-direito de Bento XVI, e o escândalo parece envolver uma disputa de poder entre seus aliados e inimigos, evocando as conspirações renascentistas na Santa Sé.

Lombardi negou que "qual­­­­quer cardeal, italiano ou­­­­ não, seja suspeito". Ele acres­­­­centou que o Papa está­­ sen­­do informado do assun­­to,­­ e que "continua no seu ca­­­­mi­­nho de serenidade, na sua­­­­ posição de fé e moral que es­­tá acima da refrega".

Carlo Fusco, advogado do mordomo Paolo Gabriele, dis­­se que ele está "muito se­­reno e tranquilo", e que pre­­tend e colaborar com as­­ in­­vestigações.

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