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CIDADE DO VATICANO - O Vaticano pode ter encontrado o "milagre" necessário para colocar o papa João Paulo II um passo mais perto da santidade: a cura aparentemente inexplicável de uma freira francesa que, como o pontífice, sofria do mal de Parkinson.

O monsenhor Slawomir Oder, a autoridade da Igreja Católica encarregada de promover a santificação de João Paulo II, disse na segunda-feira que a investigação sobre a cura havia aceitado uma análise inicial feita por médicos.

Segundo Oder, a freira, relativamente jovem e cuja identidade não pode ser ainda divulgada, curou-se inexplicavelmente do mal de Parkinson depois de rezar para o pontífice após a morte dele, em 2 de abril do ano passado.

- Fiquei comovido. E pensar que foi essa mesma doença que destruiu o Santo Padre e que também impedia essa pobre freira de realizar seu trabalho - afirmou Oder em entrevista concedida por telefone.

João Paulo II enfrentou o mal de Parkinson durante a última década de sua vida. O corpo dele tremia violentamente e ele não conseguia fazer seus pronunciamentos ou controlar os músculos faciais.

Segundo o monsenhor, a Igreja daria início agora a uma investigação mais detalhada sobre o possível caso de cura milagrosa.

O processo pode levar à santificação de Joao Paulo II. Ele iniciou-se em maio, quando a diocese de Roma publicou um edital pedindo que os católicos apresentassem provas "a favor ou contra" a reputação de santidade do papa.

Um milagre comprovado feito depois da morte é necessário para beatificar alguém. Esse milagre precisa ser resultado de orações feitas para a pessoa em questão. Os milagres são geralmente curas de doenças que os médicos não conseguem explicar.

Outro milagre é necessário entre a beatificação e a santificação. Segundo Oder, o escritório dele recebeu várias mensagens de fiéis do mundo todo afirmando ter conseguido o que desejavam ao orarem para João Paulo II após a morte dele.

MUITOS MILAGRES

O monsenhor disse também que seu escritório havia recebido muitas cartas e muitos emails de pessoas afirmando terem sido curadas milagrosamente ou terem recebido ajuda ao enfrentar um problema sério depois de orar para o papa enquanto ele ainda vivia.

Mas, pelas leis da Igreja, apenas os "milagres" ocorridos depois da morte do papa podem ser investigados e eventualmente usados como prova para a santificação dele.

No mês seguinte ao da morte de Joao Paulo II, o papa Bento XVI resolveu deixar de lado algumas regras da Igreja e dar início ao processo de santificação.

Bento XVI não observou a regra que manda esperar cinco anos, contados a partir da morte da pessoa em questão, antes de dar início ao processo de santificação.

A manobra do papa atual significa que João Paulo II pode ser beatificado e declarado "abençoado da Igreja" dentro de poucos anos se um milagre puder ser atribuído à interseção dele junto a Deus.

O grande número de pessoas presentes no funeral do papa em 8 de abril cantou "Santo Súbito" (santificação já).

Oder disse que ele e outros membros da equipe de investigadores estavam convencidos de que João Paulo II "já é um santo", mas não soube afirmar quanto tempo o processo todo poderia demorar.

Nos séculos anteriores, o processo de santificação de alguém era lento e dispendioso.

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