O ministro da Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez| Foto: Reprodução / Ministério da Comunicação da Venezuela

O regime chavista voltou a acusar o governo do Brasil de ligação com o ataque a uma base militar no sul da Venezuela no domingo (22). "Os governos de Colômbia, Peru, Brasil e Equador têm muito a explicar, afirmou o ministro da Comunicação do regime, Jorge Rodríguez, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira.

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Rodríguez afirmou, sem oferecer evidências, que os envolvidos na ação passaram 15 dias em um hotel em Pacaraima, Roraima. O ministro chavista acusou a Toñito Fernández, a quem chamou de "traficante de ouro e assassino", de financiar e comandar a ação.

Mais cedo, o Itamaraty negou envolvimento do Brasil na ação.

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"O governo do Brasil não tem nada a ver com isso? Então que prenda e nos entregue Toñito Fernández, que de Manaus e Pacaraima planejou ações contra o povo da Venezuela", disse Rodríguez.

Na madrugada de domingo, uma base militar na cidade de Gran Sabana, próxima à fronteira com o Brasil, foi atacada por um grupo de indígenas da etnia pemón e militares desertores. Durante a ação, que segundo autoridades chavistas deixou um militar morto, foram roubadas armas e foguetes lançadores de granadas. Segundo o deputado de oposição Ricardo Delgado, da etnia pemón, pelo menos sete jovens indígenas foram presos no domingo, acusados de participar do roubo. Segundo as autoridades, as armas foram recuperadas.

O ministro chavista alegou que o plano do grupo era roubar armamento pesado para derrubar uma aeronave colombiana e depois colocar a culpa na Venezuela, gerando assim um pretexto para uma intervenção militar dos EUA.

"Levaram 120 fuzis de alta potência e roubaram nove lança foguetes RPG", disse Rodríguez. "A intenção era usá-los para derrubar um helicóptero ou avião militar das forças armadas colombianas para depois dizer que foram usados RPGs da força armada da Venezuela. Esse seria o falso positivo que serviria de causa de guerra para que os EUA pudessem intervir militarmente contra a Venezuela".

Rodríguez afirmou que os criminosos "foram treinados em acampamentos paramilitares plenamente identificados na Colômbia e receberam a colaboração desonesta do governo de Jair Bolsonaro"

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O ministro também acusou Juan Guaidó, Leopoldo López e deputados da oposição de envolvimento na operação contra a base venezuelana. Entre eles, Gilber Caro, que foi detido pelo regime na sexta-feira e, segundo líderes da oposição, não teve acesso a seu advogado durante audiência em um tribunal nesta segunda-feira. Os familiares do deputado ficaram 48 sem informações sobre o seu paradeiro após ele ser detido por agentes das Forças de Ações Especiais da Polícia Nacional Bolivariana (Faes).

O ministro da Defesa do chavismo, Vladimir Padrino López, também acusou "um grupo de extremistas da oposição" pelo ataque à unidade militar na fronteira com o Brasil.