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Protesto de estudantes universitários contra votação na Câmara de Deputados da Venezuela, em Caracas | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Protesto de estudantes universitários contra votação na Câmara de Deputados da Venezuela, em Caracas| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Caracas - Os deputados venezuelanos aprovaram na noite de terça-feira o projeto de reforma da lei de mídia para estender à internet regras de restrição de conteúdo e sanções já vigentes para jornais, rádios e tevê.

O governo do presidente Hugo Chávez se apressa em votar o Pro­­jeto de Reforma da Lei de Respon­­sabilidade Social na Rádio, Tele­­visão e Meios Eletrônicos antes de 5 de janeiro, quando assume o no­­vo Parlamento, no qual o chavismo não terá maioria qualificada.

A reforma prevê a criação de um "mecanismo" para restringir acesso a portais que veiculem violência, sexo explícito e que atentem contra a saúde (tabaco e álcool, por exemplo).

O documento também estipula sanções para provedores que transmitirem mensagens que "atentem contra os bons costumes", que possam "constituir manipulações midiáticas" e que "não respeitem" os poderes públicos ou quem os exerça.

Para a oposição, os termos são demasiado vagos e servirão para enquadrar sites e portais críticos do governo.

Os oposicionistas tam­­bém ar­­gumentam que Chá­­vez se prepara até mesmo para censurar as redes sociais, como Facebook e Twitter.

Os governistas disseram estar dispostos a revisar os pedidos de modificação no projeto. Um dos itens retirado da proposta foi a ideia de criar um ponto único de acesso à rede.

Pelo projeto, a regulamentação e as sanções serão decididas e aplicadas por uma instância chamada "diretório de responsabilidade social", com representação dos poderes, de escolas de comunicação e até de igrejas.

Chávez deve receber superpoderes

A despeito dos protestos da oposição e até dos Estados Unidos, a Assembleia Nacional da Vene­­zuela prevê aprovar hoje, em segunda e definitiva votação, a chamada "lei habilitante’’, que dará a Hugo Chávez poder de legislar por decreto por um ano.

Na terça-feira à noite, os chavistas que dominam o Parla­­men­­to discutiram e aprovaram em primeiro turno texto que estabelece que o Executivo poderá baixar decretos em nove amplos âm­­bitos.Chávez argumenta que precisa dos superpoderes legislativos para responder à crise provocada pelas chuvas, que deixaram mais de 130 mil desabrigados.

A oposição e analistas criticam Chávez por "confiscar’’ os poderes legislativos da próxima Assembleia, onde o governo terá somente maioria simples.

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