A Venezuela rejeita qualquer envolvimento de mediadores ou instituições estrangeiras para encontrar uma solução para a crise política e para evitar a violência que tomou conta das ruas nas últimas semanas. Caracas também se recusa a aceitar a entrada no país de relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) para avaliar eventuais violações dos direitos humanos.
"A Venezuela não precisa de mediação internacional", declarou ontem o chanceler venezuelano, Elías Jaua, a um grupo de jornalistas na ONU. "Os problemas que temos, podemos resolver entre nós, venezuelanos."
Nos últimos dias, a oposição venezuelana vem apelando para que a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a ONU tomem uma posição mais ativa em relação ao país. "Podemos solucionar nossos problemas e recuperar o espaço do discurso democrático", disse o chanceler. Para ele, isso será feito em uma conferência convocada por Maduro.
Jaua ainda rejeitou a entrada de enviados da ONU que haviam solicitado permissão ao país para examinar a situação da liberdade de imprensa, liberdade de expressão e o direito de manifestação. "Não precisamos da intervenção de organismos da ONU."
O chanceler se reuniu ontem com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que havia alertado que as "autoridades venezuelanas deveriam escutar as ruas" e indicado que os "desejos legítimos" da população precisam ser atendidos.
"Uma coisa são as demandas legítimas de uma sociedade democrática, mas isso não pode ser confundido com a ação de grupos treinados para promover uma violência planificada", respondeu o chanceler.
Jaua garante que tem o "apoio total" do Mercosul. "O bloco rejeitou qualquer forma de violência e a tentativa de derrubar um governo legítimo", disse.
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