Buenos Aires (AE) – O presidente venezuelano, Hugo Chávez, está preparando uma recepção popular "de arromba" para o presidente argentino, Néstor Kirchner, que desembarcará em Caracas no domingo para uma visita de um dia e meio. Já na véspera, grupos "chavistas" realizarão uma marcha de "boas-vindas antecipadas" na capital do país.

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Kirchner, que no último ano e meio transformou-se no principal aliado político de Chávez na região, viajará à Venezuela para fechar uma série de negócios comerciais bilaterais. A idéia também é preparar o cenário político para a entrada da Venezuela no Mercosul, fato que deve ser oficializado na reunião de cúpula que os governos do bloco realizarão em Montevidéu entre 6 e 9 de dezembro.

Brasil

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O governo argentino tem especial interesse na entrada da Venezuela no Mercosul, já que reduziria o peso relativo do Brasil, o maior sócio, dentro do bloco. Além disso, a Venezuela tornou-se atraente por causa de seu petróleo e o interesse em comprar do Mercosul produtos agrícolas e industrializados. Kirchner e Chávez gostariam que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também participasse da reunião de domingo, em Caracas, o que por enquanto não está previsto.

O chanceler do Uruguai, Reynaldo Gargano, declarou que a Venezuela passará a ser, a partir do dia 9 de dezembro, um "membro político pleno" do Mercosul.

Embora passe a ostentar imediatamente o status de membro pleno na área política, a Venezuela ainda levará tempo para ser considerada sócia na área comercial. Segundo o governo uruguaio, nos próximos meses a Venezuela e os países do bloco negociarão o processo de ratificação dos protocolos do Mercosul.

Aproximação

Desde o ano passado, os laços políticos e comerciais de Argentina e Venezuela vêm sendo estreitados. Chávez socorreu Kirchner em diversas ocasiões nos últimos dois anos. No primeiro semestre de 2004, ele salvou a Argentina de entrar em uma crise energética – que teria esfriado a economia – graças ao envio de navios carregados de óleo diesel.

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Este ano, o venezuelano transformou-se em um salva-vidas financeiro de Kirchner, ao comprar em diversas etapas mais de US$ 650 milhões em títulos públicos. Além de efetuar a compra, Chávez afirmou publicamente que confiava mais nos "bônus Kirchner" do que nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.