• Carregando...
Soldado conduz mulher em cadeira de rodas até um local de votação durante o pleito presidencial na Venezuela | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Soldado conduz mulher em cadeira de rodas até um local de votação durante o pleito presidencial na Venezuela| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

A pesquisa mais recente, divulgada pela agência local IVAD na quinta-feira passada, mostrava Nicolás Maduro com 51,6% das intenções de voto, enquanto Henrique Capriles tinha 42,3%, com uma margem de erro de 2,37 pontos porcentuais.

Interatividade

Qual a importância do resultado da eleição venezuelana para o Brasil?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br. As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

A Venezuela viu ontem subir a tensão política devido às insinuações de vitória feitas tanto pela campanha do presidente interino e candidato, Nicolás Maduro, como pelos aliados do opositor Henrique Capriles. O resultado sairia na madrugada desta segunda-feira.

Maduro, escolhido como herdeiro por Hugo Chávez – morto em março, após uma série de cirurgias em Cuba para tentar combater um câncer na região pélvica – era considerado o favorito, mas pesquisas mostravam que Capriles conseguiu nos últimos dias encurtar a vantagem, de 15 para cerca de 8 pontos.

Os dois comandos de campanha se acusavam mutuamente de irregularidades. Os governistas acusaram os oponentes de hackear a conta de Twitter do presidente interino. Já os antichavistas colecionavam denúncias de grupos que estariam intimidando eleitores oposicionistas nos centros eleitorais.

Até as 21h (de Brasília) de ontem, a votação – a segunda para presidente da Venezuela em menos de sete meses – não havia sido ainda completamente encerrada, porque ainda havia eleitores em filas em algumas partes do país.

Para analistas e operadores políticos, um fator crucial para determinar o ganhador será o nível de abstenção, uma vez que o voto na Venezuela é voluntário.

De acordo com Maduro, a votação de ontem "quebrava recordes de participação", com 11,5 milhões de votos registrados pouco depois do meio-dia.

Ao todo, 18,9 milhões de venezuelanos foram convocados a votar. Historicamente, baixa abstenção tem sido prenúncio de bons resultados para o chavismo.

Já a oposição apostava que a ausência de Chávez na cédula de votação pela primeira vez em 14 anos afastaria os governistas descontentes.

Maduro seguiu sua estratégia de apresentar o voto em sua candidatura como cumprimento do "último desejo" de Chávez, algo repetido pela maioria de seus eleitores em Caracas.

O ex-chanceler foi votar acompanhado da mulher, a também dirigente chavista Cília Flores, e da família do mandatário morto, liderada pelo atual vice-presidente, Jorge Arreaza, casado com a filha mais velha do esquerdista, Rosa Virgínia.

Capriles, 40 anos, que em dezembro se reelegeu governador do estado de Miranda, votou em Las Mercedes, região abastada de Caracas. Ele pediu aos eleitores que participem das auditorias ao final da votação, para garantir a lisura dos resultados.

Caminhões

Um dos recursos adotados pelos apoiadores de Maduro foi o uso de caminhões com cornetas, que acordaram os venezuelanos antes do amanhecer, em uma tradicional tática do governo socialista para levar os cidadãos do país às urnas.

Os caminhões acrescentaram uma novidade ao repertório quando começaram a rodar por volta das 3h (horário local): a voz de Chávez cantando o hino nacional e uma popular música militar da Venezuela. Em algumas partes de Caracas, foguetes também foram disparados.

Os esforços para levar as pessoas às urnas também foram intensos nas regiões onde Capriles é favorito. Em Los Palos Grandes, um distrito a leste de Caracas, com ruas cheias de butiques caras, grupos de jovens usam megafones nas calçadas dizendo "nós temos de votar, temos de votar".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]