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Manifestantes saem às ruas na Tailândia em protesto contra membros do governo | REUTERS/Dylan Martinez
Manifestantes saem às ruas na Tailândia em protesto contra membros do governo| Foto: REUTERS/Dylan Martinez

Opositor diz ter dado ultimato a Yingluck

O líder dos protestos contra o governo da Tailândia anunciou que se reuniu com a primeira-ministra Yingluck Shinawatra neste domingo e afirmou ter dado a ela um ultimato de 48 horas para "devolver o poder ao povo".

Em tom de desafio, o líder opositor Suthep Thaugsuban disse que não aceitaria da primeira-ministra "nada menos do que a renúncia" de seu governo, eleito nas urnas, e sua substituição por um "conselho de notáveis".

Suthep Thaugsuban disse que a reunião com a primeira-ministra foi mediada pelo exército, que alega neutralidade no conflito político.

  • O conflito, que começou há alguns dias vem aumentando e pressionando o governo da Tailândia
  • A violência vem aumentando com seguidos enfrentamentos com a polícia na Tailândia

A polícia reagiu pela primeira vez neste domingo (1º) contra manifestantes que tentam derrubar o governo da Tailândia. Policiais dispararam bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para combater a multidão que atirava pedras e tentava chegar ao complexo de escritórios da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra.

A violência marca a escalada mais acentuada do conflito entre opositores e apoiadores da primeira-ministra e eleva os temores de instabilidade prolongada em uma das maiores economias do Sudeste Asiático. Até agora, pelo menos três pessoas foram mortas e 54 ficaram feridas em confrontos, de acordo com a polícia e os serviços de emergência. A maioria das vítimas estavam em um estádio de Bangcoc, onde tiros foram disparados neste domingo pelo segundo dia, deixando uma pessoa morta.

Yingluck passou a manhã em reuniões em um complexo policial em Bangcoc, mas cancelou uma entrevista coletiva e saiu para um local desconhecido porque mais de uma centena de manifestantes "tentavam ir atrás dela", de acordo com a secretária da primeira-ministra, Wim Rungwattanajinda. Mas vários manifestantes entrevistados disseram que não sabiam que Yingluck estava lá dentro. E aqueles que entraram por alguns minutos no complexo disseram que não chegaram perto do edifício fortemente protegido onde Yingluck estava.

A agitação forçou os maiores shoppings de Bangcoc a fechar no centro da cidade. Manifestantes também cercaram pelo menos três estações de televisão exigindo que transmitissem o ponto de vista dos manifestantes, e não do governo. Uma dessas estações de TV é administrada pelo governo, outra é de propriedade militar e a terceira é independente.

Os manifestantes, que apoiam principalmente o Partido Democrata, de oposição, acusam Yingluck de servir aos interesses de seu irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que foi deposto por um golpe militar de 2006, depois de ser acusado de corrupção e abuso de poder. Eles querem substituir seu governo eleito por um "conselho de pessoas", mas têm sido vagos sobre o que isso significa.

A instabilidade política tem atormentado Tailândia desde a queda de Thaksin. Em 2008, manifestantes anti-Thaksin ocuparam dois aeroportos de Bangcoc por uma semana, depois de tomarem o gabinete do primeiro-ministro por três meses. Dois anos depois, manifestantes pró-Thaksin ocuparam o centro de Bangcoc durante semanas em um impasse que terminou com partes da cidade em chamas e mais de 90 mortos.

Qualquer deterioração adicional pode afastar investidores e turistas, que contribuem com 10% da economia de US$ 602 bilhões da Tailândia, a segunda maior do Sudeste Asiático, atrás da Indonésia. Pode prejudicar também a democracia no país.

Os protestos, os maiores do país desde 2010, começaram em novembro e atraíram 100 mil pessoas para um comício há uma semana. Até este final de semana, estavam sendo em grande medida pacíficos. Mas as tensões aumentaram no sábado à noite, depois que grupos pró e anti-governo se enfrentaram em um bairro no nordeste de Bangcoc e homens armados não identificados atiraram e mataram duas pessoas.

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