Violência no Afeganistão aumenta quase 40% neste ano

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No ano em que os Estados Unidos iniciam a retirada de tropas do Afeganistão, o país registra um aumento recorde da violência: 39% em relação ao ano passado, revelou um relatório das Nações Unidas divulgado nesta quarta-feira. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que o número de civis afegãs vítimas da violência entre os últimos meses de junho e agosto cresceu 5% se comparado ao mesmo período de 2010.

O estudo ainda mostra que 130 mil pessoas abandonaram suas casas com medo do conflito civil no Afeganistão nos primeiros sete meses deste ano. O índice revela um aumento de quase dois terços em relação ao mesmo período de 2010. O relatório da ONU também comprovou o aumento de ataques suicidas mais complexos no país, com a participação de mais homens-bombas e terroristas armados. Segundo o documento, em média três atentados deste tipo foram realizados por mês em 2011, um aumento de 50% em relação a 2010.

Para alguns analistas, grupo insurgentes, entre eles o Taleban, estão aproveitando a retirada de tropas americanas do país para minar a credibilidade do atual governo do presidente Hamid Karzai. A série de ataques coloca em xeque a capacidade das forças de segurança afegãs de proteger o território nacional. O efetivo de 140 mil soldados americanos no Afeganistão deve ser reduzido a 80 mil homens até dezembro. O plano inicial da Casa Branca é transferir gradualmente as competências de segurança a autoridades afegãs até a retirada completa dos EUA, marcada para 2014.

Na semana passada, o ex-presidente afegão Burhanuddin Rabbani foi assassinado dentro de sua própria casa em Cabul por um homem-bomba ligado ao Taleban. Rabbani era o principais negociador da paz no país. Além dele, outra importante autoridade foi vítima de um atentado neste ano. O meio irmão de Karzai, Wali Karzai, que era chefe do conselho da província de Kandahar, foi morto por membros de sua própria segurança. Apesar das supostas ligações com o tráfico de droga, Wali era uma fonte importante de poder político e financeiro do irmão presidente.