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As violências na Síria fizeram mais sete mortos nesta quinta-feira, apesar da decisão do regime de Bashar al-Assad de aceitar um plano árabe para acabar com a repressão sangrenta ao movimento de revolta. Depois dos novos assassinatos, os militantes expressam suas dúvidas quanto às verdadeiras intenções do governo.

O poder sírio aceitou sem reservas o plano para sair da crise que prevê o fim total das violências, a libertação das pessoas presas pela repressão, retirada das Forças Armadas das cidades e a livre circulação de jornalistas e observadores internacionais antes da abertura de um diálogo político entre o regime e a oposição.

Na realidade, a repressão que já causou a morte de 3.000 pessoas desde meados de março, segundo a ONU, continua.

Sete civis foram mortos em diferentes bairros de Homs, "onde é ainda possível ouvir o som de tiros", informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

As forças de segurança síria, como todos os dias, continuaram efetuando prisões. "Mais de 80 pessoas foram detidas nesta quinta-feira ao amanhecer em Deir Ezzor e em locais próximos", explicou o observatório.

Em contrapartida, milhares de sírios fizeram uma passeata em apoio ao presidente Assad na cidade costeira de Tartus. A televisão pública afirmou que "milhares de pessoas se manifestaram em apoio à decisão nacional de rejeição a qualquer ingerência internacional".

Contudo, os militantes pró-democracia continuam céticos quanto às "verdadeiras intenções" do governo.

"Nós estamos satisfeitos com os esforços da Liga Árabe para acabar com o derramamento de sangue dos sírios e para nos proteger das balas atiradas pelo exército e forças de segurança, (...) mas duvidamos do regime e da aceitação das cláusulas do plano" árabe, declaram os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que organizam a contestação nos locais.

De acordo com os LCC, se os diferentes pontos do plano árabe forem aplicados "permitirá que mais grupos e pessoas expressem suas verdadeiras posições políticas ao se juntarem as manifestações pacíficas nas ruas da Síria".

Como em todas as semanas, desde o início da revolta, os militantes chamaram os sírios para se manifestarem na sexta-feira sob o slogan "Alá é grande contra os déspotas e os tiranos".

"Mais o regime reprime e mata, mais ficamos determinados. O regime não poderá se manter apesar (do apoio) da Rússia e da China, pois o povo está determinado a conseguir a liberdade", anunciaram na página do Facebook "Syrian Revolution 2011".

"O regime caiu desde o primeiro dia em que nós clamamos liberdade e desde a primeira gota de sangue derramada pelas balas dos tiranos", acrescentaram os militantes nesta página.

A China felicitou a Síria por ter aceitado o plano da Liga Árabe e disse que espera que este acordo permita o fim das violências.

"Esperamos que as partes envolvidas se esforcem para acabar com qualquer violência e criem condições para a resolução dos problemas através do diálogo", declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hong Lei.

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