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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Protesto pede cessar-fogo no Oriente Médio

Dezenas de pessoas participaram ontem, no centro de Curitiba, de uma manifestação (foto acima) contra a ofensiva israelense na Faixa de Gaza. Foi o segundo ato realizado na capital pedindo o fim do conflito. No mês passado, um grupo se reuniu em frente do Memorial Árabe e fez um minuto de silêncio pelos palestinos mortos no Oriente Médio. Ontem, a multidão partiu do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade, e seguiu até a Boca Maldita, na Avenida Luiz Xavier. O protesto reuniu representantes das comunidades árabe e palestina. "Organizamos este ato, sem conotação religiosa ou política, para mostrar à população o que realmente está acontecendo", explica Gamal Oumairi, um dos organizadores da marcha.

Ao sequestrar soldado, Hamas teria cruzado uma "linha vermelha"

Para Israel, o sequestro de um soldado representa o cruzamento de uma linha vermelha. O rapto em junho de 2006 do soldado israelense Gilad Shalit desencadeou operações militares que duraram cinco meses na Faixa de Gaza. Shalit foi libertado em outubro de 2011 em troca de 1 mil prisioneiros palestinos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas e outros grupos de terem violado de forma flagrante o cessar-fogo.

Para o porta-voz do Hamas em Gaza, Fawzi Barhum, "a ocupação [Israel] violou o cessar-fogo. A Resistência palestina agiu em nome do direito de se defender para colocar fim ao massacre de nosso povo".

Apesar do rompimento da trégua, o Egito indicou que manteria as negociações previstas para ontem no Cairo por um cessar-fogo duradouro.

A trégua de 72 horas entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza durou poucas horas e se transformou em um novo banho de sangue, com mais de 60 palestinos mortos, enquanto dois soldados israelenses morreram em uma operação na qual outro teria sido sequestrado.

O governo israelense não tardou em acusar o movimento islamita palestino e seus aliados de violação flagrante do cessar-fogo de três dias estabelecido entre Israel e o Hamas e que teoricamente entrou em vigor às 8 h da manhã local (23 h de quinta-feira em Brasília).

O Hamas também atribuiu o rompimento da trégua ao Estado hebreu.

A barreira dos 1,6 mil palestinos mortos foi superada ontem, o 25º dia de conflito, indicou o porta-voz dos serviços de emergência, Ashraf al-Qodra. De acordo com a ONU, mais de 70% dos mortos são civis, incluindo um grande número de crianças. Sessenta e três soldados israelenses e três civis perderam a vida do lado israelense.

As chances de uma pausa mais longa nas hostilidades parecem estar mais distantes do que nunca depois da provável captura do subtenente de 23 anos, Hadar Goldin, e da morte de cerca de 70 palestinos perto de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

Dois soldados israelenses foram mortos em um confronto que levou ao sequestro do subtenente Goldin perto de Rafah, segundo o Exército israelense.

Os EUA acusaram o Hamas de cometer uma barbárie ao violar o cessar-fogo. O presidente Barack Obama pediu a libertação imediata do soldado, considerando que um cessar-fogo será "muito difícil" de instaurar se o Hamas não respeitar "seus compromissos no âmbito de um cessar-fogo". Ele também pediu que mais esforços sejam feitos para proteger os civis "presos na linha de fogo" em Gaza.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exigiu a libertação imediata do soldado sequestrado e indicou que, se for confirmado, o ataque contra militares israelenses constitui uma "grave violação do cessar-fogo".

"A ONU não possui meios independentes para verificar exatamente o que ocorreu", lembrou Ban. Apesar disso, "esses atos colocam em questão a credibilidade das garantias que o Hamas deu à ONU".

Hamas diz não saber de militar desaparecido

O braço militar do Hamas afirmou em um comunicado ontem que não possui informações sobre um soldado israelense dado como desaparecido na última sexta-feira perto de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

"As Brigadas Ezzedine al-Qassam não têm informações sobre esse soldado. Nós perdemos contato com um de nossos grupos de combatentes que luta no setor onde desapareceu o soldado e é possível que nossos combatentes, assim como esse soldado, tenham sido mortos", acrescentou o grupo no comunicado.

A nota das Brigadas é a primeira reação oficial do braço armado do Hamas desde o desaparecimento, na manhã de ontem, do subtenente Hadar Goldin, 23 anos, na região de Rafah.

As Brigadas Ezzedine al-Qassam informaram ainda que o confronto no setor de Rafah ocorreu uma hora antes da entrada em vigor da trégua humanitária, marcado para começar ontem às 8h da manhã.

Segundo o Exército israelense, soldados envolvidos na destruição de um túnel do Hamas na região de Rafah foram atacados por "terroristas" por volta das 9h30, após o início da trégua humanitária.

No confronto, um suicida detonou os explosivos que carregava junto ao corpo, matando dois soldados, e os "primeiros elementos indicam" que também ocorreu o sequestro do suboficial, segundo o porta-voz militar Peter Lerner.

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