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A mulher de Liu Xiaobo, ganhador do Prêmio Nobel da Paz deste ano, não conseguiu ver, neste sábado (9), seu marido, que está preso. Liu Xia deve esperar até o domingo para encontrá-lo e dar a notícia de que ele foi escolhido para receber a honraria.

A polícia mantinha os repórteres afastados da prisão em Jinzhou (480 quilômetros a noroeste de Pequim), onde o dissidente e crítico literário de 54 anos foi transferido em maio passado para cumprir sua pena de onze anos a que foi condenado em dezembro de 2009 por exigir democracia em seu país.

O celular de Liu Xia estava desligado. As autoridades do governo continuavam tentando censurar as informações sobre a entrega do Prêmio Nobel. Mas um dos irmãos de Liu Xiaobo, Liu Xiaoxuan, disse que o encontro na prisão ocorrerá no domingo, retransmitindo informações dadas pela mãe de Liu Xia. Ele não informou a razão do adiamento do encontro.

Autoridades chinesas que afirmaram, após a divulgação do prêmio, que Liu era um criminoso e que a sua conquista "profana o prêmio", optaram pelo silêncio neste sábado. O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, não respondeu a uma pergunta sobre o prêmio durante entrevista concedida na Turquia. Apenas o estatal Global Times tocou no assunto neste sábado. Em um editorial em chinês, o jornal considerou o prêmio uma "manifestação arrogante da ideologia do Ocidente" e afirmou que essa concessão desrespeita o povo chinês.

Mas Kuang Biao, um cartunista de um jornal chinês, colocou uma imagem da medalha do Prêmio Nobel atrás das grades em seu blog na sexta-feira. Outro blogueiro conhecido, Ran Yunfei, escreveu: "Em uma era em que a internet está gradualmente tornando a informação acessível a todos, tentar esconder de cada chinês a notícia sobre o Prêmio Nobel da Paz para Liu Xiaobo é um comportamento estúpido. Quanto mais eles escondem, mais óbvio se torna."

Alguns advogados ativistas de renome afirmaram que eles foram coagidos pela polícia quando tentavam se beneficiar do prêmio para tentar buscar uma negociação sobre as diferenças entre eles. Os advogados Pu Zhiqiang, Jiang Tianyong e outros afirmaram que não tinham permissão para deixarem suas casas. "O governo não sabe como reagir à notícia do Prêmio Nobel da Paz; estão nervosos e com medo e reagindo de maneira caótica."

Outro grupo de chineses escreveu uma carta aberta à polícia protestando contra a detenção de ativistas que tentavam celebrar a premiação, mas ficaram com medo de entregar a carta.

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