Uma estudante da Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), que acusa um de seus colegas de estupro, gravou um vídeo de sexo explícito para denunciar o abuso.

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No vídeo, intitulado “Ceci N’est Pas un Viol” (Isso não é um estupro, em francês), Emma Sulkowicz aparece tendo relações sexuais com um homem, cujo rosto permanece oculto.

A relação, que começa consensual, torna-se violenta: Emma recebe tapas no rosto, é esganada e obrigada a continuar.

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Sulkowicz ficou conhecida por carregar um colchão de 22 quilos pelo campus de Columbia como forma de protesto, depois que a universidade inocentou o acusado, Paul Nungesser.

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O projeto, que ela chamou de “Carry that Weight” (carregue esse peso, em tradução livre), começou em agosto de 2014 e terminou na formatura da estudante, que completou sua graduação em Artes Visuais no mês passado.

Em texto que acompanha o vídeo, publicado na semana passada, Sulkowicz afirma que a gravação não é uma encenação, nem é sobre “uma noite em agosto de 2012”, em referência ao estupro. Os acontecimentos do vídeo, porém, têm semelhanças com o relato da estudante sobre o caso.

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“Você pode estar se perguntando por que eu me deixei tão vulnerável. Olha, eu quero mudar o mundo, e isso começa com você, com se enxergar”, diz Sulkowicz.

A performance, como é chamada pela estudante, foi dirigida por Ted Lawson, apresentado a Sulkowicz pela artista plástica Marina Abramovich, segundo o site ArtNet News.

Caso

Paul Nungesser, um estudante alemão, foi acusado de estupro por três alunas de Columbia, incluindo Sulkowicz. Ele alega que as relações foram consensuais e foi declarado inocente pela universidade e liberado das acusações pela Polícia de Nova York.

Em abril, ele entrou com um processo por discriminação contra a Universidade de Columbia e o professor que ajudou Emma Sulkowicz no projeto envolvendo o colchão;seu trabalho de conclusão de curso.

“Ao recusar-se a proteger Paul Nungesser, a Universidade de Columbia primeiro atuou como espectador silencioso, para depois se tornar um apoiador ativo de uma campanha de perseguição”, afirma o processo.

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À época, Sulkowicz afirmou que a ação judicial era “ridícula”. “É ridículo que ele veja meu projeto como uma ‘estratégia de bullying’, especialmente considerando suas tentativas contínuas de destruir minha reputação”, afirmou.

“Se artistas não podem fazer arte que reflita suas próprias experiências, como vamos nos recuperar?”

Nesta quarta-feira (10), ela não respondeu às tentativas de contato da reportagem.