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Comerciante diz que sobreviveu porque fingiu estar morto | Reprodução/TV Globo
Comerciante diz que sobreviveu porque fingiu estar morto| Foto: Reprodução/TV Globo

Um dos brasileiros que foi vítima do ataque feito por quilombolas no Suriname, em 24 de dezembro de 2009, recebeu alta médica neste sábado (2), em Belém. O comerciante Raimundo Silva era um dos donos do bar onde um quilombola foi morto por um brasileiro.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, 32 brasileiros que estavam a bordo e foram vítimas do ataque de um grupo de quilombolas, conhecidos como "marrons", no último dia 24.

Silva levou golpes na cabeça e no braço. Ele contou que só sobreviveu porque se fingiu de morto. O comerciante desembarcou na noite de quarta-feira (30), em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), em Belém, com outros brasileiros que sofreram agressões no Suriname.

Ainda estão internados Francimar Nascimento Pinheiro, que está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Antonio Rodrigues, que está em observação na enfermaria.

Volta para casa

Os brasileiros receberam da embaixada do Brasil no país uma peça de roupa, um par de sapatos e US$ 100 de ajuda de custo. Todos também receberam, segundo o Itamaraty, uma autorização de retorno oferecido pela embaixada do Brasil.

Dois aviões da FAB resgataram brasileiros do Suriname após o confronto. No último domingo (27), um avião desembarcou no aeroporto internacional de Belém com apenas cinco brasileiros a bordo.

Mapeamento dos danos

A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores informou, neste sábado (2), que o governo estuda a possibilidade de enviar ajuda financeira aos brasileiros que permanecem no Suriname após o ataque.

Segundo a Agência Brasil (órgão oficial de informação ligado ao governo brasileiro), a maioria deles está hospedada em hotéis de Paramaribo com as despesas pagas pelo governo brasileiro. De acordo com o Itamaraty, US$ 40 mil já foram gastos com hospedagem, medicamentos e envio de dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) ao local.

A assessoria informou que seis diplomatas fazem o mapeamento das perdas sofridas por brasileiros apenas por meio de relatos. O Itamaraty destacou que o tema é "juridicamente complicado" diante da situação ilegal dos brasileiros no país vizinho e da dificuldade em utilizar dinheiro público para iniciativas no exterior. A previsão é que o tipo de ajuda enviada pelo governo brasileiro seja definido nos próximos dias.

Em outra nota, divulgada na terça-feira (29), o ministério fala sobre a situação dos brasileiros no país.

No texto, o ministério reitera no texto que não há confirmação oficial de mortos. "Em sua grande maioria, os brasileiros que vivem na região de Albina trabalham em garimpos no interior do Suriname e da Guiana Francesa e costumam passar semanas na floresta, incomunicáveis. Por esse motivo, é necessário aguardar antes de considerar 'desaparecido' qualquer desses cidadãos."

O padre brasileiro José Vergílio, que ajudou no resgate das vítimas em Albina, disse que há pelo menos sete desaparecidos.

Insegurança em Albina

O enviado da TV Globo ao Suriname, Júlio Mosquéra, disse que o clima em Albina, onde ocorreram as agressões, ainda é tenso. A polícia não garante o retorno com segurança dos brasileiros à cidade, que fica a 150 km de Paramaribo. "Conversei com o chefe de policia da cidade, ele disse que ainda não tem condições de dar segurança para que os brasileiros retornem ao dia a dia da cidade", relata o repórter (clique no player abaixo para ouvir o boletim).

"Os marrons, que são os surinameses nativos da região, dizem abertamente que este conflito com os brasileiros pode ainda trazer mais problemas se eles retornarem para onde trabalhavam antigamente. O que se espera agora é que a situação se apazigúe e só depois disso os brasileiros tenham condições de retornar", diz. Cerca de 150 brasileiros deixaram a cidade e foram para Paramaribo.

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