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Guarda-chuva de Xi foi alterado: de preto para amarelo | Antonio Broto/Efe
Guarda-chuva de Xi foi alterado: de preto para amarelo| Foto: Antonio Broto/Efe

Humilde

Premiê Jiabao também virou notícia por causa de um guarda-chuva

O presidente da China, Xi Jinping, não é o primeiro líder comunista chinês a criar polêmica por aparecer segurando um guarda-chuva. Em 2007, algo semelhante ocorreu com Wen Jiabao, primeiro-ministro da China no período de 2003 a 2013. Wen, outro político que sempre tentou promover uma imagem de humildade para a população, também visitou uma área de inundações segurando o próprio guarda-chuva. A foto foi publicada em centenas de jornais e sites e Wen ganhou milhões de "admiradores" na China, pois até então era normal que os políticos comunistas tivessem sempre alguém para acompanhá-los com um guarda-chuva, tal como os antigos imperadores. Hoje, as críticas e sátiras impressas nos cartazes da "revolução dos guarda-chuvas", em Hong Kong, são direcionadas ao chefe executivo Cy Leung Chun-ying, considerado um fantoche de Pequim. Ele aparece vestido como uma tartaruga (forte insulto em mandarim) e numa montagem com Hitler. Leung também foi apelidado de "689" (quantidade de votos que teve no comitê eleitoral para ser designado líder político local) e é o alvo no qual todos os dardos vêm sendo lançados.

Sem querer, o presidente chinês Xi Jinping se transformou num símbolo inusitado dos protestos democráticos de Hong Kong — que ontem completaram um mês — após a divulgação de uma fotografia em que aparece segurando um guarda-chuva aberto.

Cartazes com a fotografia de Xi, líder do regime comunista chinês que em 31 de agosto negou a Hong Kong o direito de votar em candidatos independentes para o governo local, compõem o cenário dos protestos desde o fim de semana passado, tanto em Admiralty como em Mong Kok, cujas ruas estão ocupadas por estudantes e ativistas.

Na fotografia, Xi segura um guarda-chuva, objeto que se transformou em símbolo das revoltas pelo fato de os manifestantes o usarem para se defender do gás de pimenta utilizado pela polícia para dispersá-los.

O presidente aparece com as barras da calça erguida, mostrando os tornozelos, para não correr o risco de molhá-las. Nos cartazes espalhados, é possível ler a seguinte mensagem: "Apoio o movimento dos guarda-chuvas".

A fotografia, tirada pela agência oficial chinesa Xinhua em uma viagem de Xi à cidade de Wuhan no verão de 2013, ganhou o Prêmio Nacional da Imprensa na semana passada.

Xi foi visitar a cidade situada às margens do rio Yang Tsé — que na época sofria com fortes inundações — para demonstrar apoio aos trabalhos de contenção. Ao posar para as fotos oficiais, o presidente não hesitou em perder um pouco de elegância para não correr o risco de molhar as roupas.

O regime chinês decidiu recuperar essa foto na semana passada, em uma clara ação de marketing, para mostrar "a proximidade de Xi com o povo", mas não contava que a milhares de quilômetros de Pequim, em Hong Kong, essa imagem seria interpretada com ironia.

Na antiga colônia britânica, decidiram fazer uma pequena alteração na imagem e mudar a cor do guarda-chuva (originalmente preto) para amarelo, outro símbolo dos democratas de Hong Kong.

Durante o fim de semana, um grande cartaz de Xi se tornou um dos objetos mais fotografados pelos turistas e curiosos que visitaram os acampamentos dos protestos no bairro de Mong Kok.

A polícia, no entanto, providenciou a retirada na tarde da última segunda-feira.

Um

"Parece que o presidente Xi é um dos nossos", brincou um manifestante acampado em Hong Kong. Contrariando as expectativas, há ali pouquíssimos cartazes se referindo à China, da qual os honcongueses são independentes em tudo, exceto na Defesa e nas Relações Exteriores.

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