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Bagdá – Abu Musab al-Zarqawi estava vivo e tentou escapar quando soldados norte-americanos o encontraram, gravemente ferido, após um bombardeio realizado pelos Estados Unidos, afirmou um general norte-americano ontem.

"Não tínhamos conhecimento do fato de Zarqawi estar vivo quando as forças norte-americanas chegaram ao local", disse o major general William Caldwell, porta-voz das Forças Armadas dos EUA em Bagdá. A alegação é de que ele não resistiu aos ferimentos após os ataques.

Na quinta-feira, os EUA divulgaram que o esconderijo onde Zarqawi estava ficou totalmente destruído. Depois de uma bomba de 227 quilos atingir o alvo, um segundo artefato teria sido lançado no mesmo ponto. Nas fotos mostradas pelas forças de segurança, o corpo de Zarqawi aparece com alguns ferimentos no rosto.

O ataque que matou Zarqawi e seu conselheiro espiritual, xeique Abdul-Rahman, rendeu informações valiosas para a realização de operações futuras no Iraque, afirmou o general Caldwell, valorizando a operação, que contou com apoio das forças iraquianas.

A polícia iraquiana teria sido a primeira a chegar à casa usada pelo militante em um vilarejo do norte de Bagdá. Zarqawi teria sido colocado em uma maca quando a infantaria norte-americana apareceu e o identificou, disse o major general. Segundo a versão oficial, o militantemorreu pouco depois.

"Inicialmente, segundo os soldados dos EUA que o viram, ele estava consciente. Ele reconheceu de alguma maneira quem eles eram porque tentou rolar para fora da maca e fugir", disse Caldwell. Zarqawi não teria fornecido nenhuma informação antes de morrer. Dados da Al Qaeda considerados teriam sido recolhidos do que sobrou de sua parada.

"Tínhamos, nesse local, duas das figuras mais importantes da Al Qaeda no Iraque. Tudo que eles possuíam está agora nas mãos das forças de coalizão e estamos explorando isso", disse Caldwell. A operação teria sido planejada por dois meses.

A localização do corpo de Zarqawi não foi divulgada. Familiares que vivem na Jordânia pediram ontem para enterrar o líder da Al Qaeda, mesmo sabendo que o pedido dificilmente será atendido.

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, adotou ontem drásticas medidas de segurança temendo represálias do terror. Ele impôs toque de recolher na província de Diala (onde se refugiava Zarqawi) e proibiu o tráfego de veículos em Baquba (onde ele foi morto na quinta-feira) e Bagdá, a capital iraquiana. Também pôs todas as forças de segurança do país em estado de alerta máximo. Como conseqüência imediata, as ações terroristas sofreram uma redução significativa – pelo menos ontem.

"Essas providências foram adotadas para evitar novos ataques terroristas contra as dezenas de milhares de fiéis que se dirigem às mesquitas para as orações das sextas-feiras", explicou Miliki. Ele se referia à onda de violência desencadeada na quinta-feira logo após o anúncio da morte do líder da Al Qaeda. Mais de 40 civis morreram vítimas, na maior parte, de atentados com carros-bomba e cerca de 150 ficaram feridos.

O toque de recolher em Diala, um reduto de insurgentes sunitas adeptos do antigo regime de Saddam Hussein, vai perdurar até segunda ordem, ressaltou o primeiro-ministro iraquiano. As principais ruas e avenidas de Bagdá ficaram praticamente vazias em razão das restrições ao trânsito de veículos. Patrulhas do Exército e da polícia iraquianos, fortemente armadas, eram vistas em áreas da capital consideradas estratégicas. Vigiavam a movimentação de pedestres, atentas à eventualidade de infiltração de terroristas suicidas entre eles. Os piores ataques do terror contra civis tem ocorrido exatamente nos dias santos e de oração.

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