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Em nossos dias, os assuntos sobre a História têm propiciado grande interesse do público leitor. As revistas de História vêm provocando uma revolução na arte de recontar a história e, desse modo, com um linguajar simples, conseguem ter um público fiel para suas edições.

Renomados historiadores como Natalie Davids e Carlo Ginzburg mostram, com suas pesquisas, o perfil do novo historiador. Assim, tornam os temas mais atraentes, e a narrativa é o estilo adotado na recomposição dos fatos.

Na busca de documentos, esses autores utilizam-se da consulta aos arquivos, e, na ausência desses, buscam na literatura, nos mitos e nas lendas em evidências uma parte da história.

Nesta perspectiva, abordamos a figura heróica do sargento Max Wolff Filho. Natural da cidade de Rio Negro – nasceu no dia 29 de julho de 1912 –, ele deixou seu nome gravado nos anais da 2.ª Guerra Mundial e na Força Expedicionária Brasileira.

Max Wolff Filho pertenceu à Policia Militar de São Paulo. Durante o processo da seleção médica da formação da FEB, Wolff foi recusado, pois apresentava um problema de saúde, mas contam os historiadores militares que ele buscou recursos médicos e, desse modo, embarcou junto com o 11.º R.I., no 2.º escalão que saiu do Brasil.

A patrulha comandada por Max Wolff na Itália, e em que foi vítima, é envolvida até hoje pelas mais diversas interpretações. Naquele dia fatídico – 12 de abril de 1945 –, mal despertara o dia e o Posto de Comando do 1.º grupo do 11.º R.I., localizado em Monteforte, estava tomado pelos correspondentes de guerra. Havia sérios boatos de grande movimentação de tropas inimigas, podendo tratar-se de reforço ou retirada das tropas ma região de Montese.

O lançamento de patrulhas à luz do dia era algo de muita temeridade. Escolhido na noite anterior para comandar o pelotão especial, Wolff havia estudado com o oficial de operações todos os detalhes, os homens seriam de sua escolha. Geralmente, o grupo era formado de 19 homens.

Como sempre, Wollf antes da partida verificava cada soldado do seu pelotão, como comandante de linha de frente, previa e providenciava tudo o que fosse necessário para a patrulha. Dessa vez, solicitou que cada um verificasse seu armamento, quais como submetralhadoras e fuzis. Eram minúcias importantes, que não poderiam ser esquecidas. Cada homem portava 8 granadas, que iam enganchadas no cinto de guarnição; cada granada pesava cerca de 650 gramas de peso, que, juntado-se a outros equipamentos, tornavam o caminhar do grupo uma árdua tarefa para os patrulheiros.

Ao passar pelo observatório da Artilharia Brasileira em Monteforte, a patrulha seguia em coluna por um, e estava sendo observada ao longe, também pelos correspondentes. Minutos antes, a patrulha havia sido fotografada com os homens em formação – registrou-se a célebre foto que ficou na História, com Max Wolff à testa do grupamento, com seus talabartes cruzados sob o peito.

Passando pela cota 732, em Morciani, Wolff deixa para trás parte dos seus 12 homens, para um apoio, caso uma retirada fosse necessário, seguindo à frente com mais seis. Os demais do grupo foram divididos em dois, ao se aproximarem da cota 747, na localidade de Riva di Biscia – objetivo maior da patrulha –, Wolff e os demais se aproximam muito das casas. O terreno estava arado e fofo, o que dificultava a caminhada. Nesse instante, perto do meio-dia, o comandante é atingido pelas balas da metralhadora MG42 (Lourdinha) e ferido mortalmente.

O inimigo prepara uma barragem de fogos frente às suas posições, dificultando as ações para resgatar o corpo de Wolff. Nessa tentativa foram feridos o sargento Faccion e o soldado Antônio de Sá Rodrigues, mas o soldado João Estevan morre. O tenente médico Dr. Yvon de Miranda Azevedo, que estava mais recuado, tenta socorrer os feridos no próprio local. Entre os remanescentes da patrulha, permaneceu um grande desalento.

A notícia da morte de Wolff percorreu todos os acampamentos brasileiros na terra italiana, reforçando a figura de tão grande personagem, cujo espírito de companheirismo e atos heróicos estão presentes em nossos dias.

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