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Os furacões e tufões que vêm castigando o Atlântico Norte e o Leste da Ásia, além das ondas de calor que afetam a Europa compõem um dramático sinal de alerta sobre a instabilidade da natureza, causada em parte por desequilíbrios na atividade humana. Além de perdas materiais que sobem a mais de meio trilhão de dólares, o furacão Katrina – o mais violento a atingir os Estados Unidos – causou mais de 1 milhar de vítimas e arrasou a cidade de Nova Orleans, que volta a ser inundada por mais um ciclone tropical, o Rita. As conseqüências em nível mundial vão da destruição de instalações de exploração e refino de petróleo na região produtora do Golfo do México, prejuízos para a indústria do turismo, ao setor de seguros e outros desdobramentos.

Em paralelo, nas costas da Ásia habitadas por indonésios, filipinos, chineses e japoneses, tempestades conhecidas como tufões causam danos de igual monta. Na Europa, Portugal e Espanha voltam a registrar os incêndios de anos passados, além de se defrontarem com uma seca que compromete lavouras e o abastecimento de água para as populações. Ali, o verão não repetiu as mortes de 2003, porém desorganizou a vida e as atividades produtivas.

O padrão de perturbações causado pelas ondas de calor do verão europeu, atingindo marcas nunca superadas em mais de um século de medições meteorológicas, gerou ventos secos e aquecimento do solo que provoca queda nas safras. De fato, os cientistas apuraram que a produção de cereais e o crescimento de árvores foram reduzidos em mais de 30% por efeito daquele ciclo, trazendo preocupação adicional aos habitantes do Velho Continente.

Porém nada se compara com a extensão dos problemas ocasionados pelos furacões nos Estados Unidos: após uma atuação desastrosa na passagem do "Katrina", o governo reestruturou os serviços de defesa civil para enfrentar as conseqüências do "Rita", num esforço que envolveu até o presidente Bush. Mesmo assim, acumulam-se notícias de perdas materiais e dramas humanos – dolorosa mostra da impotência humana ante a natureza.

Esse quadro já afeta o Brasil, alcançado por fenômenos críticos como os ciclones extratropicais que têm castigado o Sul do país. Cientistas reunidos pela ONU identificaram a influência humana nessas mudanças climáticas: a geração de gases engrossa uma espécie de capa que retém o calor dos raios solares que chegam à atmosfera. Tal alteração derrete os gelos das altas montanhas, aquece as águas oceânicas e provoca distúrbios como os registrados neste ano.

Para a correção desse desequilíbrio é fundamental a busca de um modelo de desenvolvimento sustentável, para reduzir a queima de resíduos fósseis causadores do efeito estufa, ao lado de ações de recomposição do meio ambiente natural. O replantio de árvores realizado no Paraná nesta entrada da primavera é um começo, a ser ampliado com ações de educação ambiental capazes de ajudar na salvação de nosso lar comum, o planeta Terra.

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