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Finalmente, a Infraero confirmou a existência de um projeto, ainda não concluído, prevendo a execução, a partir do ano que vem, das obras de ampliação de uma das pistas do Aeroporto Internacional Afonso Pena de modo a permitir operações de decolagem de grandes aviões cargueiros com carga máxima. Atenderia, assim, a uma antiga reivindicação dos empresários paranaenses – especialmente os ligados ao setor de exportações –, que apontam a deficiência do nosso principal terminal aeroportuário como responsável por graves prejuízos para a economia do estado.

O alongamento da pista em mais 375 metros é providência imprescindível para o incremento do embarque de mercadorias paranaenses com destino ao exterior economicamente compatíveis para o transporte aéreo. Atualmente, apenas 4% das cargas aéreas geradas no Paraná saem pelo Afonso Pena. O restante das cargas, ou seja, 96%, enfrenta o custo, a demora e a insegurança de longos percursos rodoviários para ser embarcado nos dois principais aeroportos paulistas, o de Guarulhos e o de Viracopos.

O valor das exportações paranaenses por via aérea já é expressivo. Só nos primeiros nove meses do ano alcançou a cifra de R$ 297 milhões, mas pelo Afonso Pena embarcou apenas o equivalente a R$ 12,8 milhões. Em volume, das 11 mil toneladas da carga aérea gerada aqui, só 510 toneladas saíram pelo nosso aeroporto. Para embarcar o resto pelos outros terminais, os empresários tiveram de arcar com o custo suplementar do transporte rodoviário, calculado em mais de R$ 13 milhões – ou seja, os nossos produtos foram encarecidos em não desprezíveis 5% – uma diferença que pode representar sério entrave para a expansão dos negócios face ao caráter extremamente competitivo do mercado internacional.

Nada mais justo, portanto, o movimento de reivindicação paranaense liderado pelas principais entidades de representação empresarial, à qual, mantendo sua tradição de defesa permanente dos interesses do estado, este jornal se declara permanentemente associado. Associa-se também ao esforço de todos no sentido de fazer com que o governo estadual igualmente se empenhe com o vigor que a questão requer.

Deficiências logísticas, como a representada pelo aeroporto Afonso Pena – e infelizmente também presentes nos portos e nas péssimas condições das rodovias –, são um poderoso obstáculo para a dinamização do nosso comércio exterior e também para a atração de novas unidades industriais no estado. Não bastam incentivos fiscais ou a qualidade de vida que aqui se oferece. É preciso garantir aos investidores condições infra-estruturais mínimas – dentre elas as de transporte barato, rápido, seguro e eficiente, capaz de atender às exigências do competitivo comércio de bens de alto valor agregado.

As obras de ampliação do Aeroporto Afonso Pena significará um grande impulso para o desenvolvimento paranaense. Procurar incluí-las no programa de investimentos do governo federal é um dever também da representação política do Paraná em Brasília.

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