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O estado do Paraná comemora hoje 152 anos de Emancipação Política, numa celebração que veio se desdobrando ao longo do segundo semestre, desde o dia 29 de agosto – aniversário da Lei Imperial n.º 704, que criou a província no ano de 1853. Hoje, com 10 milhões de habitantes e uma economia pujante que se situa entre as cinco primeiras da Federação, o Paraná busca sua consolidação, integrado ao dinamismo do país e do continente, superando a antiga marca de "terra de caminhos" para se destacar dentro do espaço formado pelo Brasil.

Essa afirmação em prol de soluções autônomas foi realçada no curso do ano com a realização do Fórum Futuro 10 Paraná, dentro de um modelo que mobilizou milhares de lideranças de todas as regiões constitutivas do estado. As conclusões do documento foram apresentadas no começo deste mês aos dirigentes da União e do governo estadual, com o elenco de prioridades selecionadas em debates proativos e motivadores nos quais a ênfase anterior em aspectos econômicos avançou para questões de inclusão social, preservação cultural e compromisso com o equilíbrio ambiental.

Passado um século e meio de existência como ente político autônomo, o Paraná ainda tem muito a completar. Entre os desafios alinhados para os paranaenses de hoje se situam o relacionamento entre o estado e a União Federal – que dentro da nossa moldura constitucional de federalismo cooperativo precisa aceitar o modo de ser específico da gente paranaense; a integração socioeconômica com os povos vizinhos do continente sul-americano e sobretudo, o término da obra de construção da nossa identidade regional.

Na interpretação do professor Francisco Filipak, autor de um dicionário de termos regionais paranaenses, na realidade coexistem três Paranás: o tradicional da Região Centro-Sul nucleada por Curitiba, que pode ser apresentado como o "Paraná do Chimarrão"; o "Paraná do Café", abarcando a área Norte–Noroeste desbravada pela cafeicultura; e o "Paraná ítalo-teuto-gaúcho", que se espalha pelas regiões Oeste e Sudoeste, colonizado por imigrantes internos vindos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Cercado por essas três macrorregiões persiste um hinterland com densidade demográfica mais rala, compondo uma área de transição menos dinâmica entre aquelas sub-regiões expressivas do estado – o Paraná do Centro.

Integrar tais regiões componentes do Paraná num todo homogêneo é um processo em construção, de que resultará a criação de uma identidade própria, segundo aquele estudioso da Academia Paranaense de Letras. Para acelerar esse esforço de integração sociocultural a Assembléia Legislativa aprovou lei mandando introduzir a cadeira de Estudos Paranaenses no currículo das nossas escolas de primeiro e segundo graus.

Nessas aulas, os jovens alunos aprenderão que o Paraná é uma terra aberta a todas as gentes, com um povo ordeiro e trabalhador, que está aprendendo a se unir pela defesa de seus interesses e sustentação de seus direitos, no seio da sociedade brasileira.

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