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No dia 3 de maio, o Parlamento brasileiro completou 190 anos. Este é um bom momento para refletirmos sobre o nosso Legislativo, aqui instalado em 1854. Trata-se de um dos pilares da democracia. Representa a diversidade dos grupos sociais e é responsável pela elaboração de políticas públicas que refletirão no dia a dia dos cidadãos.

Nunca é demais lembrar que toda a política do estado só é possível de ser executada depois de transformada em lei. Assim acontece com as propostas do Executivo, Judiciário e Ministério Público. Precisam ser aprovadas pelos deputados. A responsabilidade dos parlamentares, portanto, é enorme. E agora é reforçada porque seus atos estão expostos como nunca aconteceu, graças à abertura dos meios de comunicação e à criação dos portais de transparência. Essa é uma realidade salutar.

Antes, o Legislativo do Paraná frequentava as páginas policiais. A implosão da caixa-preta que se ergueu ao longo da sua história, exemplificada nos "Diários Secretos", ajudou a transformar essa realidade. O principal reflexo é que a população, que antes nem sabia como fiscalizar as ações de quem elege, hoje tem como ficar de olho e cobrar. "Botar a boca no trombone" é um direito sagrado de qualquer cidadão.

Temos um canal aberto com a população. O paranaense agora sabe onde pode criticar, obter informações e fazer sugestões. Além disso, o trabalho de fiscalização da imprensa responsável ajuda muito. Foi a partir da investigação do jornal Gazeta do Povo, aliás, que se pôde reavaliar e implantar, na Assembleia, uma série de medidas que estão mudando sua história.

Nós queremos que os deputados se sobressaiam pelo trabalho e pelas ações que beneficiem a população. Para isso, foi preciso modernizar a Assembleia, com uma limpeza no setor de pessoal e corte nos gastos. Economizamos R$ 200 milhões, dinheiro transformado em obras nos locais mais carentes. Mas isso não seria condizente, por exemplo, com o 14.º e o 15.º salários dos deputados – um privilégio inaceitável e inexplicável. Por isso, Assembleia paranaense foi a primeira do Brasil a extinguir essa benesse.

Sim, erramos, mas é no erro que se aprende mais, principalmente quando se tem a humildade de voltar atrás e consertar o que está errado. A transparência está ensinando a todos nós parlamentares como produzir com mais qualidade. A atividade de cada um está sendo mais avaliada. Felizmente, o eleitor aprende a ser mais exigente e consciente dos seus direitos e assim valoriza o seu voto. A transparência é aliada da verdade e inimiga da corrupção.

O cidadão não aguenta mais assistir a desvios de conduta dos políticos, mesmo porque faz sua parte e contribui com impostos para melhorar as condições de vida dos brasileiros. Mas ele está aprendendo como agir. E também é nossa missão abrir mais e mais canais para isso. Só assim teremos uma sociedade justa.

Nos 190 anos de Parlamento é fato que os políticos ainda precisam aprender mais, principalmente respeito a quem representam.

É essa nossa missão aqui no Paraná.

Valdir Rossoni é presidente da Assembleia Legislativa do Paraná.

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