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Nesta eleição, os interesses vitais da Nação e do Estado estarão em jogo, como estarão também os interesses das diversas categorias econômicas e sociais do país.

Os produtores rurais têm demandas bem específicas, mas, por ser a agropecuária a base da economia, essas demandas são também de interesse da sociedade que depende dos seus resultados.

A crise que castiga a agropecuária desde 2004, e que não teve solução definitiva, já se espraiou para os outros setores. Os produtores rurais estão sem renda e com dívidas acumuladas. Em conseqüência, o comércio vende menos e a indústria, por isso mesmo, é afetada. O desemprego generalizado na indústria, no comércio, nos serviços e na própria agricultura é decorrente dessa crise, cujo principal culpado é a teimosia do governo federal em manter uma política cambial que está deprimindo os preços dos produtos do campo.

A solução dos problemas do campo, contudo, é de natureza política, porque depende de decisões de governo e do Congresso Nacional. Essas decisões, por sua vez, dependem de quem as toma. E quem as toma são o presidente da República, o governador do estado e os nossos parlamentares. Por isso, esse meu alerta.

Não devemos imaginar que o resultado das eleições depende de circunstâncias que estão além da nossa vontade. Pode ser que a escolha de um presidente dependa de uma série de fatores fora da capacidade de ação dos produtores paranaenses. Mas a de governador e de parlamentares é um somatório de nossas vontades, das vontades dos que votam e do empenho dos que pedem votos, e dos que trabalham por seus candidatos.

A agropecuária tem uma enorme lista de demandas não atendidas e corre sérios riscos de sofrer derrotas que podem deixar milhares e milhares de pessoas na miséria: o endividamento, que o governo federal atendeu pela metade e simplesmente adiou a quebradeira para o próximo ano; a imposição de índices de produtividade que vão colocar todas as propriedades em risco de serem desapropriadas para fins de reforma agrária, mesmo as mais produtivas; a permanente ameaça de invasão do MST; a falta de controle sanitário que ameaça toda nossa pecuária – bovina, de leite, suína e de aves –; o sucateamento da infra-estrutura de transporte que onera os preços de nossos produtos e por isso reduz nossa renda; a contínua queda de preços dos produtos do campo por causa deste câmbio que só beneficia as importações e que está destruindo a produção rural e a indústria brasileira, que enfrenta a competição desleal de países como a China.

Para mudar esse destino é preciso reagir. E reagir neste momento é escolher bem em quem votar e não apenas votar, mas procurar convencer os amigos a votarem bem. É preciso se informar quais os candidatos a presidente da República e a governador do estado que, pelo seu passado e por suas idéias, podem reverter os prejuízos da agropecuária e nos dar uma política agrícola coerente.

Como é no Congresso Nacional que as leis são votadas e de lá pode partir pressões sobre o Executivo, é preciso escolher bem os deputados e senadores. Analisar entre os atuais parlamentares quais os que realmente têm defendido os produtores rurais e, dos novos candidatos, quais os que assumem compromisso com nossas teses e que são confiáveis.

Além eleger presidente e governador que tenham consciência da importância da agropecuária e do agronegócio para o país, vamos escolher e trabalhar por candidatos à Assembléia, Câmara e Senado que estejam sintonizados de verdade conosco, que vão nos defender e apoiar nossas reivindicações.

Mostrem, também, às pessoas ligadas aos outros setores – comerciantes, industriais, trabalhadores, funcionários públicos – que se esses candidatos defenderem a agropecuária estarão defendendo os interesses deles também.

Ágide Meneguette é presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná – Faep.

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