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Nossas escolas só existem em função dos nossos alunos. Nos últimos anos houve uma redução média de 3% ao ano no número de matrículas da rede estadual, com reflexos na oferta de ensino em algumas regiões do Paraná. Com menos alunos, há um aumento nos espaços ociosos nessas escolas e é evidente que algo precisa ser feito para otimizar essa situação. E estamos atentos a isso, uma vez que falamos de recursos públicos.

Não há fechamento de escolas. O que existe, há quase uma década, é a realização de um estudo que auxilia no planejamento da organização de turmas para o ano letivo seguinte. Nesses estudos levamos em conta três critérios importantes: o número de matrículas, o aspecto pedagógico e a disponibilidade de recursos humanos. Mas, acima de tudo, buscamos fortalecer o diálogo com a comunidade escolar sobre qualquer ação que venha a alterar a sua rotina.

É claro, se houver o entendimento de que a cessação temporária de uma escola é necessária, sem prejuízos pedagógicos aos alunos, esta medida será tomada. No caso das escolas do campo, respeitando a sua realidade e transferindo os alunos para outras escolas do campo. Há uma legislação federal sobre isso. E nós a cumprimos.

Um ambiente ocioso na escola pode ser pensado e planejado para implantar uma ampliação de jornada

Nenhuma escola a menos!

A Secretaria de Educação (Seed) havia noticiado o fechamento de 71 escolas. Na conta do governo estavam escolas do campo, centros de educação de jovens e adultos, escolas em prédios alugados ou mesmo em prédios públicos que serviriam a outra finalidade.

Leia o artigo de Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato.

No caso da educação de jovens e adultos, após a greve deste ano, houve uma diminuição próxima a 30% no número de matrículas. A saída desses alunos ocorreu em função das suas necessidades provenientes do mundo do trabalho e da existência de outras formas de oferta para essa modalidade. É evidente que vamos trabalhar para trazer de volta esse público às nossas escolas.

Assim, espaços ociosos em prédios públicos escolares devem ser utilizados pelo poder público. Um regime de colaboração com as prefeituras pode assegurar um melhor atendimento aos alunos dos municípios. E é possível construir essa relação entre os poderes, uma vez que não existe o aluno do estado ou o aluno do município. O que existe é o comprometimento com um ensino de qualidade por parte de todos.

Um ambiente ocioso na escola pode ser pensado e planejado para implantar uma ampliação de jornada – um tempo a mais para nossos alunos realizarem atividades pedagógicas para enriquecer o seu currículo e o seu conhecimento. Podemos ter cursos profissionalizantes que respeitem a demanda local ou até mesmo aumentar a oferta para jovens, adultos e idosos.

A reestruturação de espaços ociosos permite que exista um maior número de alunos em uma mesma unidade. Isso significa um aumento do porte dessa escola e, com isso, o repasse de mais recursos. Também favorece maior tranquilidade aos nossos professores e funcionários, que podem se dedicar com mais tempo a esse colégio. Sem contar com a melhoria da logística de merenda e do transporte. O importante é estabelecer o comprometimento com o ensino, o fortalecimento da identidade da instituição e o diálogo com a comunidade escolar.

Uma educação de qualidade também passa por uma gestão responsável dos recursos que são de todos. Como já foi alertado, não estamos fechando escolas – como alegam aqueles que se beneficiam de polêmicas escusadas. Estamos realizando um estudo criterioso que leva em consideração vários fatores. E ao fim deste processo é que vamos ter condições de verificar se haverá a necessidade de alguma mudança. Mas, caso ela ocorra, sempre será em benefício dos estudantes e da sociedade paranaense.

Ana Seres Trento Comin, professora, é secretária de Estado da Educação do Paraná.
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