• Carregando...

E veio a triste notícia de que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ainda não conseguiu dar bom ritmo de execução aos próprios investimentos. Segundo o site Contas Abertas, dos R$ 13,5 bilhões autorizados em orçamento para este ano, até junho o Dnit utilizou apenas R$ 3,2 bilhões, o equivalente a 23,6%. Se a execução fosse linear, pelo menos 50% dos recursos já deveriam ter sido desembolsados. Ainda de acordo com o site, na principal ação para este ano, a de "manutenção de trechos rodoviários na Região Nordeste", que possui R$ 1,5 bilhão previsto em investimentos, apenas 1% do valor foi utilizado. Para a manutenção de trechos rodoviários na Região Sudeste foram disponibilizados R$ 821,3 milhões em 2013. Entretanto, até o fim de junho apenas R$ 17 milhões foram pagos, o equivalente a 2,1% do total.

Agora me pergunto: como querem que trafeguemos seguros pelas nossas rodovias quando a manutenção é tão estupidamente negligenciada? É no mínimo preocupante esta situação dos investimentos em uma das áreas mais carentes de aplicações e tão importante para o desenvolvimento do país. Em contrapartida, a arrecadação bruta de impostos e contribuições federais, excluindo as receitas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), deve crescer 8,9% neste ano e atingir a marca de R$ 726,15 bilhões, segundo estimativa da Secretaria da Receita Federal. Algo parece errado, não? Como um país que possui uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo tem um dos piores retornos para a sociedade? Como não investir em infraestrutura e em outras áreas essenciais de maneira eficaz e coerente? Infelizmente, minhas perguntas parecem não ter respostas. Mas uma coisa é certa: pagamos impostos de país rico e recebemos serviços públicos de país pobre. Este é o primeiro grande fator que limita o nosso crescimento. Depois vem o nosso gargalo da infraestrutura, que, claro, está vinculado totalmente à falta da aplicação correta do montante arrecadado.

De acordo com o ranking da Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores (Abad)/Nielsen, realizado a partir de informações fornecidas por 471 empresas do segmento, instaladas em todos os estados brasileiros, os problemas de infraestrutura de transporte causam um impacto nos negócios de 62,2% dos atacadistas consultados. Além disso, 84,9% dos empresários também apontaram a necessidade de uma reforma tributária para diminuir os custos do próprio negócio. E é preciso deixar claro que estes dados contemplam apenas um setor. As consequências da falta de investimentos no Brasil pesam no bolso de todos nós. Parece que só no bolso dos nossos políticos que não.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]