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 | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Vivemos uma década que trouxe à tona o pior – e o melhor – das instituições brasileiras. Enquanto a classe política levava ao extremo os seus desmazelos, com escândalos de corrupção a torto e a direito em diversas escalas da vida pública, começamos a enxergar uma luz no fim do túnel com trabalhos irrepreensíveis da Polícia Federal em operações como a Lava Jato, que expuseram as entranhas do país de uma forma nunca antes vista. Mais do que nunca, nos enxergamos como povo e tivemos a certeza: uma mudança precisava chegar.

Desde 2013, quando o povo brasileiro tomou as ruas clamando por um desejo de mudança, nossa nação passou a viver uma instabilidade e uma polarização que deixaram claros os valores éticos e morais de boa parte das pessoas que nos cercam. No entanto, a qual propósito serve uma reflexão tão profunda, senão repensarmos os trajetos para onde estamos indo?

Assim como a pirâmide das grandes corrupções – em que escândalos maiores geram abertura na política para um efeito cascata de roubalheira – as pequenas corrupções têm um papel decisivo no cotidiano e evolução das nossas vidas, assim como a de nossos filhos.

As pequenas corrupções têm um papel decisivo no cotidiano e evolução das nossas vidas, assim como a de nossos filhos

Muitos enxergam no novo governo, oriundo de uma escola rígida e disciplinada como é a militar, um sopro de novidade e até de autoridade necessária para esses tempos; mais do que conhecimento e democracia, precisamos também de pulso firme para contornar a tragédia que é o que a política se tornou aos olhos da opinião pública.

A economia irá reagir, sim, com novos investimentos em infraestrutura, geração de empregos e saneamento básico em áreas carentes do nosso Brasil, ainda com tanto a ser desbravado. Porém, é necessário ter em mente uma questão: nosso presidente não resolverá sozinho todos os problemas do dia para a noite, principalmente as complicações cotidianas geradas por pequenas corrupções.

O irônico de tudo é que, de forma geral, o brasileiro dispensa à classe política um tratamento que não desenvolve em sua própria vida. O famoso “jeitinho brasileiro” não foi cunhado à toa: temos uma infeliz tradição de tentar levar vantagem em qualquer situação na vida. Não se trata de um problema moral, mas, sim, cultural: é resultado de séculos de situações que nos levaram a criar, no inconsciente coletivo, a necessidade de sempre sairmos levando a melhor.

Opinião da Gazeta: O Brasil que Temer recebeu e o que ele entrega (editorial de 23 de dezembro de 2018)

Leia também: A corrupção importa (artigo de Eduardo Matos de Alencar, publicado em 18 de dezembro de 2018)

Quem em 2019 saibamos que Jair Bolsonaro precisa de tempo e, acima de tudo, colaboração para transformar tudo que está aí. Nosso dever, como cidadãos, é de nos unirmos em prol de uma nação que mereça estar onde está, em que a segurança, a saúde e a educação sejam os pilares de uma sociedade calcada nos eixos mais puros da honestidade, transparência e empatia.

Esther Cristina Pereira é presidente do Sindicado das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR) e diretora do Colégio Atuação.
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