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As universidades são instituições de origem medieval que sobrevivem aos tempos pela relevância social. No Brasil, surgiram para que os filhos da burguesia pudessem ter acesso ao ensino superior. Felizmente se modernizaram, acumularam conhecimentos e formaram pessoas que contribuem para o avanço da ciência e da tecnologia com implicações favoráveis ao aumento da renda e ao bem-estar coletivo.

As universidades tratam da formação de pessoas em nível de graduação e de pós-graduação, bem como das pesquisas e da extensão. São instituições multidisciplinares que viabilizam a formação plena das pessoas.

Para os economistas, é certo que uma maior renda está associada ao conforto das pessoas. Assim, governos comprometidos com a população devem objetivar o crescimento da economia com a esperança de que a geração da riqueza adicional resulte em bem-estar. De fato, o investimento é determinante do produto e este, da renda. Investir significa mobilizar recursos na esperança de se obter no futuro um fluxo de benefícios maior. O dinheiro público destinado às universidades tem essa característica.

Não há progresso sem crescimento humano e tecnológico, cuja fonte natural está nas universidades

Pensando no crescimento da economia e na geração de renda, o governo deve orientar seus gastos em bens de infraestrutura que viabilizem novas empresas, empregos e produção. Isso é necessário, mas não é suficiente. O investimento a ser intensificado de forma prioritária é aquele que resulta no aumento do estoque de conhecimento. Esta é a única forma de contrapor o rendimento decrescente do capital. Não há progresso sem crescimento humano e tecnológico, cuja fonte natural está nas universidades, que preparam as pessoas e alicerçam a tecnologia com pesquisas.

Falamos do óbvio: precisamos de educação de qualidade, sem a qual o investimento em capital é corroído e não se sustenta, diminuindo o produto e o bem-estar das pessoas. Observe-se que não basta abrir escolas e universidades. Estas devem reunir condições para o fomento da inovação com laboratórios, professores e recursos suficientes para uma produção potencializada.

O crescimento tecnológico ocorre em ondas, mas tende a ser contínuo porque os mercados são competitivos. Uma tecnologia lançada hoje é provocação para a concorrência intensificar pesquisas semelhantes. Assim evolui o aperfeiçoamento das ideias e das ciências, que são sistematicamente revisadas e incorporadas pela academia abrigada nas universidades. Muitos dos formandos constituem-se no capital humano de empresas que investem em pesquisas e inovações tecnológicas e melhoram, mais cedo ou mais tarde, o bem-estar coletivo.

O retorno social dos recursos aplicados nas universidades apresenta dimensões fantásticas e efeitos com duração superior à expectativa de vida de cada turma formada. Assim, considerando as pessoas nas universidades como fontes primárias do crescimento tecnológico, justificam-se a atenção e a necessidade de investimentos nessas instituições, especialmente nas universidades públicas, onde o benefício coletivo é mais evidente.

O estado do Paraná mantém sete universidades públicas, o que é mérito de seus cidadãos e de governantes ousados, no melhor sentido. Infelizmente os recursos públicos aplicados na manutenção dessas universidades não acompanharam o crescimento das mesmas.

Aylton Paulus Júnior é economista.
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