Neste 3 de maio, Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, os jornalistas do Paraná gritam por apoio. É inaceitável que profissionais da imprensa sejam impedidos de investigar informações de interesse público em pleno século 21.

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O jornalista James Alberti não está só. Não apenas por estar vivo após escapar de um criminoso plano de assassinato. Mas ele compõe um expressivo número de casos de jornalistas que sofrem ameaças diárias por desempenhar o verdadeiro papel do jornalismo na sociedade: o de trazer à tona tudo aquilo que querem manter escondido.

James integra a equipe da RPCTV que investiga organizações criminosas na Região Norte do Paraná, ligadas à exploração sexual de menores, à corrupção na Receita Estadual e ao esquema de fraude em licitações do governo do Paraná. Ainda não há provas dos autores do plano para tirar a vida do jornalista, mas os sindicatos dos Jornalistas do Paraná (SindijorPR) e do Norte do Paraná exigem respostas das autoridades.

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Ameaçar jornalistas representa uma grave afronta ao direito à comunicação

Este recente caso de agressão a um jornalista é uma amostra do que tantos outros profissionais da área sofrem diariamente, quando se propõem a efetivamente ser o contrapoder e trazer ao conhecimento da sociedade informações relevantes ao interesse e debate públicos.

Ameaçar jornalistas representa uma grave afronta ao direito à comunicação, ao qual todos os cidadãos paranaenses deveriam ter acesso. Além de um atentado ao livre exercício do jornalismo, também é um ataque a todos os paranaenses e a seu direito à livre informação. Quando não há liberdade em dar publicidade a fatos que atingem diretamente nossos direitos, a democracia está em perigo.

As investigações em Londrina mostraram que o dinheiro sonegado por um único empresário equivale a cerca de R$ 7 milhões, que poderiam ter sido investidos pelo governo em escolas, creches e hospitais. Portanto, calar um jornalista que quer trazer a público essa informação também é um atentado contra a vida de qualquer cidadão que está em filas do atendimento hospitalar, ou que sente na pele o desrespeito aos trabalhadores da educação pública estadual.

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Mas James e todos os outros profissionais ameaçados e impedidos de trabalhar livremente não estão sozinhos, principalmente porque a categoria unida nos sindicatos está atenta e mobilizada para lutar contra essas ameaças e proteger o papel social da profissão, cobrando dos órgãos necessários e das empresas de comunicação a devida proteção ao profissional.

Recentemente foi criado o Comitê Paranaense de Proteção ao Jornalista. O grupo formado por jornalistas, representantes dos sindicatos, da CUT, da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e da ONG Terra de Direitos atuará em todos os casos de ameaça aos jornalistas paranaenses, encaminhando denúncias às autoridades competentes.

Neste domingo estamos na rua para denunciar essas práticas criminosas e dar um basta às ameaças aos jornalistas do Paraná. A partir das 10 horas estaremos no Largo da Ordem, em Curitiba, onde será lançada a campanha “Basta: chega de perseguição a jornalista”. Na semana seguinte, o Sindicato do Norte realizará a mesma manifestação em Londrina e cidades próximas. Os profissionais da imprensa conversarão com a população para que ela também caminhe junto com os jornalistas, em defesa do jornalismo livre e do debate público. A mobilização continuará para proteger os direitos da sociedade e a plena democracia.

Gustavo Henrique Vidal é presidente do SindijorPR. Ayoub Hanna Ayoub é presidente do Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná.