Começa mais um ano e, com ele, vida nova e promessas novas. Porém, para a maioria das pessoas, velhos problemas já começam a dar as caras logo em janeiro. Mal voltamos das festas e das férias, e velhos conhecidos nos aguardam sob a porta de casa: os carnês de IPTU e IPVA e os boletos das matrículas escolares, anuidades de sindicatos e de associações profissionais. Junto com eles, as primeiras prestações da festança nas compras de final de ano. Para muitos, a alegria e bem-estar que chegaram junto com o 13º salário começam a desaparecer nesse momento.

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Se as contas a pagar o assustam nesse momento, é porque você cometeu um dos erros mais comuns entre os brasileiros: não deu a devida importância ao 13º salário, ou aos bônus e gratificações de fim de ano. Ou, se o dinheirinho extra não faz parte de seu fim de ano, o erro foi outro: não ter o hábito de poupar reservas regularmente para o começo de ano, período em que se acumulam gastos para todas as famílias.

Reconhecido o erro, é hora de agir para corrigi-lo e evitar repeti-lo no início de cada ano que vem pela frente. Se você já nota que terá dificuldade para pagar todas as contas, não espere a bomba estourar. Procure fazer caixa com a venda de algo que não precise mais, entre amigos e parentes e em lojas que compram itens de segunda mão.

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Se você tem reservas financeiras na poupança, em fundos, CDBs ou títulos de capitalização, é hora de recorrer a elas. Procure saldar seus compromissos à vista. Além de vantajosos descontos normalmente oferecidos, a maior vantagem está em aliviar o orçamento dos próximos meses, sem as tradicionais prestações de impostos e compromissos que a maioria costuma arrastar ao longo de todo o ano.

Se não há nada a ser vendido nem aplicações a resgatar, esqueça a ideia de usar o limite do cheque especial ou de pagar menos do que o total da fatura do cartão de crédito, pois essas são alternativas de empréstimo convenientes mas muito caras. Procure formalizar empréstimos pessoais ou refinanciamento de seu automóvel, junto a seu gerente de conta no banco. Ele é a pessoa certa para lhe apresentar as alternativas, desde que você as solicite. Pesquisar as opções que outros bancos lhe oferecem também é uma boa pedida. Além do refinanciamento de automóvel, que nada mais é do que um empréstimo garantido pelo veículo, consulte a possibilidade de obter um empréstimo consignado, com desconto direto em folha de pagamento. Quanto maior a certeza de recebimento, menos o banco lhe cobrará.

O orçamento mais leve resultante de boas escolhas, como as que pontuei, lhe permitirá consumir mais e com menos dívidas. Os mais disciplinados conseguirão até mesmo poupar regularmente. Se você chegar ao final de 2009 sem depender do 13º salário para saldar dívidas, é dele que sairão os recursos para começar 2010 com as contas em dia, sem maiores sacrifícios. Mantendo a disciplina, sua história financeira pode mudar para sempre.

Gustavo Cerbasi (www.maisdinheiro.com.br) é consultor financeiro e autor de Casais Inteligentes Enriquecem Juntos e Dinheiro: os segredos de quem tem (Ed. Gente).