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Como preparar nossos jovens para o mundo?

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Imagem ilustrativa. (Foto: Jonas Oliveira/ANPr)

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As mudanças tecnológicas, sociais e econômicas estão demandando cada vez mais um novo modelo educacional capaz de preparar os indivíduos para um mundo em constante transformação. Isso porque, competências digitais, pensamento crítico e adaptável, e visão empreendedora têm sido cada vez mais solicitados. Diante desse cenário, a educação, dentro e fora de casa, deve ir além da simples transmissão de conhecimento, priorizando a formação integral e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, a fim de preparar os jovens para os desafios futuros.

A automação, a digitalização e a economia compartilhada transformaram o mercado de trabalho, exigindo profissionais flexíveis e aptos a lidar com novas tecnologias. De acordo com um estudo realizado pela Deloitte em 2024, oito em cada dez profissionais (83%) em início de carreira já chegam ao mercado familiarizados com as ferramentas de Inteligência Artificial. No entanto, apenas 68% dos trabalhadores efetivos sabem lidar com essas novidades.

Os pais desempenham um papel fundamental na educação dos filhos, ao fortalecer as abordagens vivenciadas por eles nas instituições de ensino. Para tanto, é possível incentivar o pensamento crítico e a leitura, promover a autonomia e estimular a aprendizagem fora do ambiente escolar

Além disso, a globalização e as mudanças sociais tornam ainda mais essencial o desenvolvimento de habilidades interpessoais, como comunicação eficaz e trabalho em equipe. As competências essenciais para o futuro incluem ainda pensamento crítico, resolução de problemas, criatividade, boa comunicação, colaboração, alfabetização digital e inteligência emocional.

Mais que compartilhar conhecimento teórico, faz-se necessária a adaptação dos jovens a essas novas realidades. Isso é possível, por meio de metodologias ativas de aprendizagem, eficazes no desenvolvimento dessas competências. Entre elas, destacam-se a educação baseada em projetos, que estimula a resolução de problemas reais; aprendizagem personalizada, que permite que cada estudante avance no seu próprio ritmo, respeitando suas dificuldades e potencialidades; e o ensino híbrido, que combina ferramentas digitais com as aulas presenciais, oferecendo maior flexibilidade e interdisciplinaridade, conectando diferentes áreas do conhecimento e tornando a aprendizagem mais contextualizada e significativa.

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Obstáculos como a defasagem curricular, a resistência à inovação, a desigualdade de acesso à tecnologia e a necessidade de reformular o papel dos educadores no preparo dos estudantes para um mercado de trabalho incerto são reais e exigem uma abordagem educacional que valorize não apenas o conhecimento acadêmico, como também o desenvolvimento pessoal e emocional.

Nesse contexto, os pais desempenham um papel fundamental na educação dos filhos, ao fortalecer as abordagens vivenciadas por eles nas instituições de ensino. Para tanto, é possível incentivar o pensamento crítico e a leitura, promover a autonomia e estimular a aprendizagem fora do ambiente escolar em atividades extracurriculares, por exemplo.

Não menos importante, habilidades socioemocionais, como empatia, resiliência, colaboração e autogestão, são outros aspectos indissociáveis para o sucesso pessoal e profissional. Trabalhá-las dentro e fora de casa contribui para uma educação mais humanizada, auxiliando os jovens a lidarem melhor com desafios, tomarem decisões assertivas e construírem relações saudáveis. Em suma, o verdadeiro compromisso das escolas com valores humanos essenciais, como generosidade, compaixão, cooperação e respeito ao próximo, é o que está por trás da formação sólida de jovens críticos, criativos e preparados para um mundo em constante mudança.

Viviane Grano Sulatto é orientadora educacional da Rede de Colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional sociointeracionista e alinhada às principais tendências do mercado de educação.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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