Seus inúmeros sucessos tornaram Curitiba um exemplo de cidadania e urbanismo a iluminar caminhos de muitas outras cidades do Brasil e do mundo. É um feito tão admirado quanto conhecido, que orgulha e enaltece os curitibanos.

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As comemorações dos seus 326 anos, a serem completados no próximo 29 de março – uma data sempre gloriosa –, consolidam neste ano de 2019 uma virada que marca um novo e fundamental desafio para nossa amada capital.

Os novos tempos exigem novas perspectivas e novas ações. Estão a pedir que Curitiba volte com força às suas características de pioneirismo e vanguardismo.

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Menos do que recuperar o histórico da capital nesta área, furtar-se de ações nessa direção significa condenar toda uma cidade – bonita por natureza e desenvolvida por planejamento – a regredir. Não teremos esta desventura. Curitiba precisa e vai continuar seu caminho de inovação perene que traz bem-estar e desenvolvimento à população.

Já somos uma das melhores cidades do país para fazer negócios. Curitiba foi considerada pelo fórum Connected Smart Cities a cidade mais inteligente do Brasil, ultrapassando São Paulo. No passado, criamos a primeira rua exclusiva para pedestres do país – nossa icônica Rua XV; hoje já instalamos as primeiras ruas interativas das capitais (a própria rua XV e a Prudente de Moraes; outras virão).

Já somos uma das melhores cidades do país para fazer negócios

Com inúmeras outras ações, esse movimento é necessário para avançarmos rumo a uma cultura em que a inovação transpire em toda a cidade. Como comunidade, precisamos estar alinhados nessa direção.

Os últimos poucos anos representaram uma verdadeira revolução mundial em vários setores, o que exige dos municípios agilidade de adaptação. Empresas que hoje valem bilhões empregam milhares e estão presentes em dezenas de países nem sequer existiam há 10 ou 15 anos.

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Com base em ideias e processos inovadores, muitas dessas empresas desenvolvem produtos e serviços disruptivos – ou seja, que têm o poder de mudar significativamente todo um setor estabelecido há muitos e muitos anos, quando não substituí-los totalmente.

Muitos deles surgem e ganham rapidamente mercado, caem no gosto dos consumidores sem que a legislação dê conta de regulá-los desde o início.

Hoje já não se imagina que os jovens saídos da escola estejam preocupados “apenas” em conseguir um bom emprego. Eles precisam estar preparados para inventar seu próprio emprego.

Esses são motivos que justificam claramente a importância, por exemplo, de termos impressoras 3D nos Faróis do Saber e da Inovação espalhados pela cidade – outra criação curitibana dos dias atuais, que dá acesso à internet a todos (um serviço básico atualmente). Ao terem acesso e equipamentos, nossos estudantes podem se relacionar de forma muito mais amigável com as novas tecnologias – e, a partir daí, criar e inovar.

Opinião da Gazeta: À procura de um novo protagonismo (editorial de 24 de março de 2019)

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Leia também: Os desafios urbanos para a Curitiba dos próximos anos (artigo de Marlos Hardt, publicado em 24 de março de 2019)

Nossos professores estão sendo inseridos nesse contexto, com a mais recente semana pedagógica tendo sido totalmente focada na tecnologia e na inovação.

É assim que se cria uma cultura inovadora.

Estamos vivendo numa sociedade que se renova muito mais rapidamente do que estávamos acostumados, e numa economia que se redesenha num ritmo nunca visto.

Se na década de 1970 foi criada a Cidade Industrial – um marco que continua fundamental para nossa economia – hoje ganha relevância termos dez das cem startups mais inovadoras do país (segundo o Movimento 100 Open Startups). Dez que, quiçá, se multipliquem nessa elite produtiva como pinhões de uma gorda pinha.

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Não por outros motivos, criamos a Lei da Inovação, com o arcabouço legal para a inovação frutificar nas condições adequadas. Nesta mesma linha, 57 empresas já receberam apoio do Worktiba Barigui, primeiro coworking público entre as capitais, onde gente inovadora tem o espaço e as condições para desenvolver suas ideias, produtos e serviços.

Em 2019, as ações que Curitiba vem implementando resgatam as origens de uma cidade que sempre esteve à frente de seu tempo e que agora pavimenta um caminho sólido para transitar neste admirável mundo novo, de forma contínua e sustentável.

Estamos vivendo numa sociedade que se renova muito mais rapidamente do que estávamos acostumados

Todo esse empenho é traduzido pelo Vale do Pinhão, o ecossistema no qual a inovação cresce em Curitiba, com estímulo à criação de startups, legislação, coworking, networking, incentivos, parcerias e ensino.

Dois eventos representam o ponto alto das comemorações do aniversário de 326 anos. Nessa semana que passou, Curitiba recebeu pela segunda vez a Smart City Expo, principal feira mundial de cidades inteligentes e inovação, uma criação da inspiradora Barcelona.

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Foram mais de 6 mil participantes em contato direto com empresas e pessoas inovadoras, que fazem deste evento, também realizado em outras importantes metrópoles do mundo, a principal ação de cidades inteligentes do planeta.

Na próxima semana, nossa querida Praça Osório recebe a Feira da Inovação, onde os curitibanos e curitibanas poderão ter contato direto com tudo o que está sendo feito sobre inovação na capital.

Estamos ainda incrementando os serviços por meio de apps para a população curitibana, colocando a gestão ao acesso da telinha dos smartphones. O aplicativo Saúde Já, para marcação de consultas, está com novas funcionalidades. Novos aplicativos estão chegando: o 156, o Nota Curitibana e o Curitiba APP (que vai reunir todos os serviços, notificações, notícias e eventos do município).

Leia também: As transformações urbanas que marcaram Curitiba em um século

Leia também: Que transporte público me faria deixar o carro em casa? (artigo de Ayrton F. Amaral Filho, publicado em 28 de fevereiro de 2019)

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Um dos gênios da humanidade, Dante Alighieri foi poeticamente exato, como sói aos grandes talentos: “Escuridão é o silêncio da luz”. Não faltarão vozes e luzes a Curitiba, nossa eterna Luz dos Pinhais, nesta nova encruzilhada de desenvolvimento.

A cidade que começou indígena no planalto verde onde nasce o Rio Iguaçu, primitivamente ligada a Paranaguá pelo Caminho do Itupava, que foi marco da ocupação portuguesa, que no século 19 foi dormir sertaneja e acordou europeia, que teve seu valor reconhecido mundialmente no século 20, abraça cada vez mais todas as pessoas. Com a determinação de ser sempre um bom exemplo para todos e um lugar querido e respeitoso a quem mais interessa: sua gente.

Viva a inovação! Viva Curitiba!

Rafael Greca, engenheiro urbanista, economista e escritor, é prefeito de Curitiba pela segunda vez.
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]