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COP-26
Ministro Joaquim Leite, do Meio Ambiente (ao centro), viaja para a COP-26 na semana que vem| Foto: Divulgação/MMA

Já dizia o ditado: “cachorro com dois donos morre de fome”. Isso vale para qualquer organização na hora de dividir as tarefas entre os membros da equipe. É preciso cuidado para evitar que um líder pare de fornecer apoio ou recurso para o trabalho imaginando que outro responsável já o tenha feito (e vice-versa), como pudemos observar nos acontecimentos durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021, no início deste mês de novembro.

Já faz seis anos que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) foram estabelecidos com meta para 2030, mas até agora pouco foi feito. O caminho para a redução de 1,5ºC ainda é longo e, com base nas manifestações finais da COP-26, pouco provável de virar realidade. Mais do que discursos inspiradores, precisamos urgentemente que países desenvolvidos e em desenvolvimento realmente se empenhem em mitigar o problema das alterações climáticas.

O texto atual estabelece a necessidade de redução global das emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, na comparação com 2010, e de neutralidade de libertação de CO2 até 2050. Contudo, não foram aprovadas as reinvindicações dos países mais pobres e nem há garantias de que estes receberão o apoio financeiro definido para 2022. Além disso, a série de compromissos assumidos pelo Brasil também não foi o bastante para destravar contribuições ao Fundo Amazônia, que recebia doações estrangeiras para financiar ações de proteção da floresta.

Sem confiança ou auxílio, é difícil progredir. Na minha opinião, um dos maiores avanços foi a obrigação dos países de renovarem objetivos todos os anos, em vez de fazê-lo apenas de cinco em cinco anos, pois permite que cada nação mostre seu engajamento frente às mudanças climáticas de forma mais rápida, próxima e direta. A mudança também ajuda a prevenir possíveis boicotes e desvios de acordo.

Agora, cabe ao Brasil (e ao mundo) tentar se adequar, não só como governo, mas como população em geral, dentro dos termos que vão ao encontro de um futuro sustentável. Claro que os governantes são protagonistas nesse cenário, mas o povo também precisa entender e assumir suas responsabilidades dentro de casa. Reduzir a produção de lixo, diminuir o consumo de energia elétrica e economizar água diariamente é essencial para um futuro sustentável.

É também papel do cidadão eleger políticos que pensem no meio ambiente e tenham propostas sustentáveis em suas pastas.

Além de realizar um consumo consciente dos recursos naturais, é também papel do cidadão eleger políticos que pensem no meio ambiente e tenham propostas sustentáveis em suas pastas, assim como fiscalizá-los durante o mandado para garantir que cumpram com suas promessas. Um trabalho em conjunto, com colaboração entre governos, empresas e sociedade civil, pode ser a chave para tornar o Acordo Global totalmente operacional.

Renata Bueno é advogada internacionalista, ex-vereadora em Curitiba (PR) e ex-deputada do Parlamento da República Italiana, representando a União Sul-Americana dos Emigrantes Italianos.

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